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Descrição de chapéu paralimpíadas

Mariana D'Andrea confirma favoritismo e é bi no halterofilismo

Brasileira levantou 148 kg e bateu recorde paralímpico

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Paris


Principal favorita antes do início da prova, a halterofilista Mariana D’Andrea, 26, confirmou as projeções e conquistou o ouro na Arena Porte de La Chapelle, neste sábado (7), na categoria até 73 kg.

A paratleta levantou 148 kg para ficar com a medalha e estabelecer o novo recorde paralímpico. Com o título, a paulista de Itu chega ao bicampeonato, igualando o feito de Tóquio-2020.

Já com a medalha garantida, a brasileira tentou superar o recorde mundial de 151 kg, e pediu para erguer 152 kg, mas não conseguiu levantar o peso.

Brasileira levantou 148 kg na final - Reuters

A medalha de D'Andrea foi a 19ª de ouro do Brasil até o momento. A delegação já soma 77 medalhas, novo recorde histórico, com mais 24 pratas e 34 bronzes. O melhor resultado antes dos Jogos de Paris foi em Tóquio e no Rio, com 72 pódios. Mas Tóquio mantém o recorde de ouros, com 22.

No pódio, a atleta do Brasil se emocionou e dedicou a vitória ao pai, que morreu há pouco mais de um ano, quando ela estava em uma competição. "Eu precisava trazer essa medalha a qualquer custo depois que meu pai veio a falecer. E eu prometi para mim mesma que, independentemente do que acontecesse, eu ia trazer esse ouro para o Brasil, para mim e, principalmente, para o meu pai", falou para a imprensa, com os olhos marejados.

Desde o início dos Jogos Paralímpicos, D’Andrea era apontada como uma medalha de ouro praticamente certa em todas as projeções paralímpicas. A paratleta lidera o ranking e ganhou o Mundial de Dubai, em 2023, na categoria até 79 kg.

"Eu sabia que era favorita, mas não levo isso como uma pressão. Ontem mesmo o pessoal falava, 'amanhã esse ouro tem que vir', mas não mexeu comigo nesse sentido."

Apesar do favoritismo da brasileira, a disputa pelo ouro foi acirrada e teve o recorde paralímpico quebrado cinco vezes: três por Mariana, em suas três tentativas, e duas pela rival uzbeque Ruza Kuzieva, que ficou com a prata.

"Essa concorrente estava guardando o jogo dela", surpreendeu-se a bicampeã. "Minha principal adversária não veio, uma nigeriana, ela não participou das últimas competições. E a gente não imaginava que a Ruza chegaria aonde ela chegou aqui. Mas eu sabia que tinha que entrar com sangue no olho, atrás do recorde paralímpico."

Logo na primeira tentativa, a brasileira já ergueu 141 kg, batendo em um quilo o recorde paralímpico. Cada atleta tinha direito a três tentativas.

A brasileira revelou ainda que o treinador da rival uzbeque ficava mandando mensagens para o seu treinador, uma espécie de jogo estratégico para saber até onde as atletas poderiam chegar.

A partir da segunda rodada, começou uma alternância no recorde paralímpico com Kuzieva, que levantou 142 kg, superando a brasileira —a uzbeque foi prata em Tóquio, na categoria até 61 kg, e subiu de peso para a competição em Paris. Em seguida, D'Andrea acertou a tentativa com 143 kg.

A essa altura, apenas as duas disputavam o ouro. Na terceira tentativa, Kuzieva arriscou e pediu o peso em 151 kg (marca que igualaria o recorde mundial). Depois, retificou e diminuiu a marca para 147 kg, novamente, recorde.

Mariana, que tinha pedido o peso em 152 kg, também baixou para 148 kg, o que foi suficiente para bater a rival e ficar com a medalha.

A despeito de ter falhado na quarta tentativa, quando tentou o recorde mundial, a brasileira diz que já atingiu essa marca em treinos, mas estava cansada após o ouro garantido. "[O recorde mundial] Vai ficar para a próxima."

Em terceiro lugar ficou a turca Sibel Cam, que conseguiu sua melhor marca, de 120 kg, na primeira tentativa. Mas falhou nas duas tentativas em aumentar o peso.

Mesmo disputando competições recentes na categoria até 79 kg, D'Andrea prefere continuar no peso até 73 kg para o próximo ciclo, até os Jogos de 2028, em Los Angeles. "Sempre subi muito pouco o meu peso, para não ter dificuldade para baixar. Então eu era uma '79 leve', assim, para voltar para 73 kg foi bem confortável."

Mariana tem nanismo e começou a praticar halterofilismo em 2015, depois que seu atual técnico, Valdecir Lopes, a viu na rua e a convidou para começar a modalidade.

No halterofilismo paralímpico, competem juntos atletas com deficiências nos membros inferiores (incluindo amputados) e paralisados cerebrais. A única classificação é por peso.

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