Descrição de chapéu paralimpíadas

Brasil fecha dia com mais 2 ouros e perto de recorde paralímpico

Foram 7 medalhas da delegação brasileira nesta sexta na França, chegando a 70 na competição

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Paris

Depois de uma quinta-feira sem ouros, o Brasil voltou a subir duas vezes no lugar mais alto do pódio nesta sexta (6) nos Jogos Paralímpicos, e com direito a dois bicampeões, a judoca Alana Maldonado e o nadador Talisson Glock.

Ao todo, a delegação conquistou oito medalhas no dia, fechando com 70 pódios, muito próximo do recorde total, de 72, conquistado em Tóquio-2020 e na Rio-2016.

O Brasil encerra o dia na sétima posição, ultrapassando a Ucrânia, com 17 medalhas de ouro, 22 de prata e 31 de bronze.

Uma atleta está sorrindo e segurando uma medalha de ouro. Ela usa uma jaqueta amarela com o logotipo do Brasil Paralímpico. A medalha tem um cordão vermelho com a inscrição 'PARIS 2024'. O fundo da imagem é escuro.
Alana Maldonado com a medalha de ouro conquistada nos Jogos Paralímpicos de Paris - Jennifer Lorenzini/Reuters

Na Arena Campo de Marte, a judoca Alana Maldonado repetiu o título de Tóquio-2020 ao superar a chinesa Yue Wang na final feminina até 70 kg, categoria J2.

"Nós nos enfrentamos três vezes neste ano [antes]. Foram todas lutas pau a pau, bem disputadas, mas acabei perdendo as três", disse, antes do confronto. "Mas hoje é o dia", avisou.

A paulista é a única campeã paralímpica do judô feminino do Brasil. Depois da prova, Alana lembrou que foi justamente depois de uma luta em 2023 contra Wang que ela sofreu uma lesão que a deixou fora de combate por quase um ano. "No período em que eu fiquei afastada precisei me desligar dos tatames para recarregar minhas energias. Tirei esse tempo para voltar com toda força", disse.

Os judocas são separados em duas categorias de deficiência visual: J1 (cegos totais ou com percepção de luz) e J2 (atletas que conseguem definir imagens). Em Paris, essa é a primeira vez que a modalidade tem a divisão na classificação.

"Hoje um J1 lutar contra um J2 é uma desvantagem, com a separação a gente consegue igualar as forças", avaliou Alana.

Quem se beneficiou da separação de categorias foi Brenda Freitas, que conquistou a medalha de prata também no peso até 70 kg, mas na classe J1.

Em uma luta tensa, ela chegou a aplicar um golpe que lhe daria a pontuação máxima (o ippon), mas o VAR do judô reverteu o golpe. No "golden score", o tempo extra, ela foi derrotada pela chinesa Li Liu.

Um dos rituais de Brenda antes de subir no tatame é o de ouvir uma playlist, mas duas músicas se destacam na sua seleção: "Uma é um louvor e a outra é do Rebelde porque eu sou a louca do Rebelde", disse rindo após a semifinal.

Quando tinha 11 anos, Brenda foi ao show do RBD, no Maracanã, e voltou para casa com fortes dores de cabeça. No dia seguinte, não estava mais enxergando. O diagnóstico foi de herpes ocular, na região da retina, com gatilho emocional.

Na natação, o dia começou com a previsível eliminação de Gabriel Araújo nos 50 m livre da categoria S3 —o brasileiro é de uma classe abaixo, a S2, para nadadores com deficiências físicas mais severas.

Já Talisson Glock chegou ao bicampeonato paralímpico na prova dos 400 m livre na classe S6 —foi a quarta medalha do brasileiro na piscina da Arena La Défense, antes ele conquistou uma prata e dois bronzes.

Pouco depois, Gabriel Bandeira conquistou a prata nos 100 m costas, categoria S14 (ele já tinha duas medalhas de bronze).

Três atletas estão no pódio, sorrindo e segurando suas medalhas. À esquerda, um atleta em cadeira de rodas, vestindo um moletom preto com a palavra 'ITALIA', segura uma medalha de prata. No centro, um atleta com uma camiseta amarela e calças azuis, representando o Brasil, exibe uma medalha de ouro. À direita, um atleta com um uniforme verde e branco, representando o México, segura uma medalha de prata e um brinquedo em forma de polvo. Ao fundo, uma plateia aplaude.
Brasileiro Talisson Glock comemora ouro nos 400m livre, ao lado do italiano Antonio Fantin (prata, à esq.) e do mexicano Jesus Alberto Gutierrez Bermudez (bronze) - Andrew Couldridge/Reuters

No atletismo paralímpico também teve marca histórica. O Brasil chegou a 200 pódios na modalidade com as três medalhas desta sexta. Duas foram de prata: Zileide Cassiano no salto em distância T20 (deficiência intelectual), com 5,76 metros, e Thiago Paulino no arremesso de peso da classe F57 (competidores sentados), com 15,06 metros. Paulino foi bronze na mesma prova em Tóquio, há três anos.

A outra medalha foi de bronze, de Antônia Keyla nos 1.500 metros, classe T20. Seu tempo foi de 4min29s40, novo recorde das Américas.

No halterofilismo, Maria de Fátima Castro conquistou o bronze na categoria até 67 kg, com um levantamento de 133 kg, nove abaixo da medalhista de ouro, Tan Yujiao, que quebrou o recorde mundial. Maria de Fátima tem uma má-formação congênita nas pernas.

Na canoagem, três brasileiros garantiram vagas em finais: Luis Cardoso Silva nos 200 m caiaque KL1 (que usa somente os braços na remada) e Fernando Rufino e Igor Tofalini na canoa VL2 (que usa tronco e braços na remada). A final de Silva é neste sábado, e a de Rufino e Tofalini, no domingo. Rufino foi ouro em Tóquio.

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