Estudo indica áreas para empreender com negócios de impacto na saúde
Telessaúde, gestão de dados e treinamento para profissionais são algumas das oportunidades de inovação junto ao setor público
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A Artemisia, organização de apoio aos negócios sociais, e a Umane, ONG dedicada à promoção da saúde, lançaram um estudo inédito que indica sete áreas para empreender com negócios de impacto na saúde primária.
O documento intitulado "Tese de Impacto" surgiu da observação das carências do Sistema de Atenção Primária à Saúde (APS) frente ao potencial de inovação do empreendedorismo social. A APS é considerada porta de acesso da população brasileira à saúde pública, beneficia 159 milhões de pessoas e é responsável por atender até 90% das necessidades de um indivíduo ao longo da vida.
"O estudo ouviu especialistas no tema para identificar as reais oportunidades de negócio para quem quer empreender com democratização de saúde", diz Andrea Gomes, gerente de projetos e coalizões da Artemisia.
As sete áreas de oportunidades identificadas incluem temas como telessaúde, levantamento e gestão de dados e treinamento para profissionais.
A Tese de Impacto também mapeou negócios sociais que já inovam em atenção básica para ajudar a consolidar sua atuação junto ao setor público.
"São empresas que precisavam de um laboratório para testar suas iniciativas com suporte especializado. Atuamos também como uma ponte com o setor público", acrescenta Andrea sobre como a Artemisia auxilia as empresas selecionadas frente às dificuldades na negociar com órgãos governamentais.
A epHealth é uma das escolhidas para um projeto-piloto com a prefeitura de Afogados da Ingazeira, localizada a 380 quilômetros de Recife (PE). A startup ajudou a melhorar a política de saúde local ao corrigir a base de dados sobre munícipes.
"Havia muitos cadastros de pessoas mortas que eram dadas como vivas no sistema. Também havia nomes registrados com erros ou desatualizados", diz Paulo Pereira, cofundador da epHealth.
Ao cruzar registros regionais com informações da Receita Federal, a startup atualizou a base de dados da secretaria municipal de saúde, o que garantiu mais segurança em decisões estratégicas.
"O gestor precisa saber se a cidade tem população cadeirante ou surda para decidir se vai instalar mais guias rebaixadas ou semáforos sonoros, por exemplo", diz Pereira sobre planos de expandir o projeto para outras cidades.
Para Evelyn Santos, gerente de parcerias e novos negócios da Umane, o objetivo da Tese de Impacto é que mais empresas como a epHealth ajudem brasileiros a acessar o sistema de saúde primária com qualidade.
"O mapeamento visa agilizar a criação de soluções que fortaleçam o SUS e processos de trabalho com dados, tecnologia e inovação", diz.
Com planos para ampliar seus projetos sociais, a epHealth criou um instituto focado em tecnologia de baixo custo para sistemas de saúde, principalmente em cidades com orçamento limitado.
Sobre o novo braço social da empresa, Paulo diz não estar interessado no faturamento, mas em impactar pessoas. "Sabemos da realidade de muitos municípios e é gratificante trabalhar com saúde. A sensação é de dever cumprido."
A Tese de Impacto também chama a atenção para a necessidade de ampliação dos cuidados a grupos vulneráveis, como crianças, mulheres, idosos e pessoas com deficiência. O estudo pode ser consultado na íntegra neste site.
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