Itaú Cultural envia oito gravuras à Biblioteca Nacional para perícia
Obras de Emil Bauch ficarão sob custódia até que vistoria determine se são as roubadas há 14 anos
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Oito gravuras do álbum “Souvenirs de Pernambuco” (1852), de Emil Bauch, da coleção Brasiliana do Itaú Cultural, saíram na manhã desta quarta-feira (14) da avenida Paulista em direção à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, onde passarão por vistoria técnica.
Segundo Laéssio Rodrigues de Oliveira, o maior ladrão de obras raras do país, as gravuras foram furtadas por ele em 2004 da instituição carioca e vendidas ao colecionador Ruy Souza e Silva, que as teria revendido ao Itaú Cultural meses depois.
Em entrevista, Souza e Silva negou ter comprado as gravuras de Laéssio e disse ter sido chantageado por ele. As informações foram publicadas pela Folha na edição desta terça-feira (13).
A presidente da Biblioteca Nacional, Helena Severo, afirmou que as obras chegam sob custódia para a instituição até que a perícia técnica fique pronta.
“Estabelecemos o prazo de cinco dias úteis para a vistoria. Será realizada por técnicas da Biblioteca Nacional, aqui mesmo”, disse Severo.
A análise vai comparar características das oito obras do Itaú Cultural com as quatro da Biblioteca, que restaram do furto de 2004 —o álbum completo de Bauch tem 12 gravuras. Papel, desgaste, dobramento, marcas, anotações, carimbos e outras marcas vão guiar a perícia.
O recebimento das obras, na tarde de quarta, seria acompanhado por um representante do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A Polícia Federal pediu uma ata registrando a entrega.
O Itaú Cultural publicou nova nota à imprensa ontem:
“Assim que foi informado pela reportagem da ‘Folha de S.Paulo’ sobre as suspeitas acerca das oito litografias de Emil Bauch que integram seu acervo, o Itaú Cultural contatou a Biblioteca Nacional e colocou as obras à disposição para análise.”
“Já nos comprometemos com a restituição imediata, caso fique comprovado que pertencem à Biblioteca.”
“A aquisição das litografias de Bauch, como de resto todo o acervo do Instituto, foi realizada de boa-fé. Nos colocamos à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.”
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