Após anos de recessão, vendas na feira SP-Arte crescem 24% em 2018
Secretaria da Fazenda diz que as vendas declaradas somaram R$ 117 milhões na feira de 2018
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O otimismo dos galeristas que antecedeu a SP-Arte se provou real.
Após três anos de quedas, as vendas declaradas da maior feira de arte do hemisfério Sul cresceram 24% em 2018 —o número se refere ao valor unitário de obras até R$ 3 milhões, teto para isenção do ICMS.
A pasta estadual da Fazenda diz que as vendas declaradas somaram R$ 117 milhões na feira de 2018.
Desse montante, R$ 81,2 milhões se referem a obras de valor abaixo de R$ 3 milhões, e R$ 36,3 milhões de preço superior a isso. Sobre estas incide imposto de 5%, alíquota especial decreta pela Secretaria da Fazenda para vendas na feira, contra os 18% usuais em outras circunstâncias.
Como comparação, em 2017 foram vendidas R$ 65,4 milhões de obras com valor abaixo de R$ 3 milhões. Em 2016, o número foi de R$ 77 milhões. A secretaria da Fazenda não revelou as vendas sem isenção.
Em anos passados, antes da crise, esse valor já superou a casa das centenas, como em 2014, quando as vendas foram de R$ 155 milhões, e em 2015, quando chegaram a R$ 140 milhões.
Segundo a SP-Arte, dos R$ 117 milhões vendidos neste ano, só 3% se referem a vendas de peças superiores a R$ 1 milhão. Cerca de 16% são de obras acima de 250 mil; 30%, até R$ 50 mil; 37%, entre R$ 50 mil e R$ 250 mil; e 20%, de R$ 5 a R$ 10 mil.
Para Fernanda Feitosa, fundadora da feira, isso mostra que há uma renovação do público. Para ela, o crescimento das vendas na feira está ligado às perspectivas econômicas somadas aos juros e inflação baixos.
A feira aconteceu entre 11 e 15 de abril e contou com 132 galerias. No último dia, a maioria dos galeristas ouvidos pela Folha se mostrou satisfeita com as vendas desta edição.
Egon Kroeff, da Bolsa de Arte de Porto Alegre, definiu a feira de 2017 como um “desastre”. Em entrevista à Folha, ele disse que neste ano as vendas melhoraram.
Seu estande contava com obras que iam de R$ 15 mil, caso de foto de Vera Chaves Barcellos (artista que está na mostra “Radical Women: Latin American Art, 1960-1985”, em cartaz em Nova York e prevista para agosto pela Pinacoteca), até R$ 375 mil, caso de esculturas de Saint Clair Cemin.
Quadros de Osgemeos, expostos pela galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, atraíram muita aglomeração no evento e foram vendidos antes do início da feira.
Na frente das obras dos grafiteiros, uma foto de Cássio Vasconcellos “É Nóis” chamou atenção.
Apesar da popularidade, o galerista Mario Cohen, que vendeu alguns exemplares das fotografias de Vasconcellos, cujos valores variam de R$ 30 a R$ 50 mil, avaliou a feira como “mais ou menos”.
“Em 2017 foi ano de crise e vendemos quase o mesmo”, disse Cohen. Ainda que não tão satisfeito com as vendas, ele afirmou que “o mercado amadureceu”.
Para ele, “as pessoas compravam sem saber o que estavam comprando”. “Agora, apesar de não comprarem tanto, estão mais interessadas nas obras em si.”
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