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Documentário chapa-branca empobrece figura do fundador do Hare Krishna

Srila Prabhupada pregava o crescimento espiritual por meio da adoração a Krishna

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O beatle George Harrison no documentário 'Hare Krishna!' - Divulgação

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Alexandre Agabiti Fernandez

Hare Krishna! O Mantra, o Movimento e o Swami que Começou Tudo (Hare Krishna! The Mantra, The Movement And The Swami Who Started It All)

Avaliação: Ruim
  • Quando: Estreia nesta quinta (10)
  • Classificação: 10 anos
  • Elenco: Srila Prabhupada, George Harrison, Allen Ginsberg, Edwin Bryant
  • Produção: EUA, 2017
  • Direção: John Griesser, Jean Griesser e Lauren Ross

Veja salas e horários de exibição

 

Sem dinheiro ou conhecidos na cidade, o ex-farmacêutico hindu Srila Prabhupada desembarcou em Nova York em 1965, depois de uma longa viagem em um navio cargueiro, com a ambição de "fazer a revolução contra a civilização materialista".

Aos poucos, o ancião de 70 anos começou a angariar jovens de classe média e abriu o primeiro templo, implantando seu movimento no Ocidente. Era o início da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON, na sigla em inglês), mais conhecida como Hare Krishna em alusão ao mantra recitado pelos adeptos em seus louvores.

Srila Prabhupada pregava o crescimento espiritual por meio da adoração a Krishna, Deus onipotente e onisciente, e de um rígido autocontrole, baseado na meditação e no distanciamento da vida mundana.

Rapidamente o movimento se estabelece em San Francisco, a fervilhante capital da contracultura, onde encontra solo fértil, e a partir daí ganha o mundo, não sem a ajuda de celebridades como o então beatle George Harrison e o poeta beat Allen Ginsberg.

O título do documentário dá a entender que aborda a história do movimento. No entanto, prefere se concentrar na vida do swami —"senhor de si mesmo" em sânscrito— Srila Prabhupada, com especial ênfase no período da vertiginosa ascensão da ISKCON, compreendido entre 1965 e sua morte, em 1977.

Essa opção não surpreende, pois os principais diretores do filme, John e Jean Griesser, são ativos membros do movimento e documentaram a vida do swami nos EUA a partir do início dos anos 1970.

A história é contada por meio de imagens de arquivo que contemplam entrevistas, programas de televisão, reportagens. Além de inúmeros depoimentos de adeptos e discípulos que conviveram com ele, que configuram um proselitismo redundante cheio de beatitude.

Ao mesmo tempo, nada é dito sobre os discípulos que divulgaram as ideias do swami em outros lugares que não os EUA. E muito menos sobre os escândalos que abalaram a ISKCON a partir da morte do líder, com lutas de gurus pelo poder e assassinatos de adeptos.

Sem falar dos processos judiciais que eclodiram a partir da década de 1980 por lavagem cerebral, exploração de trabalho escravo e pedofilia, entre outros crimes, que enfraqueceram o movimento.

O único contraditório é a menção ao processo sobre lavagem cerebral feito na Suprema Corte de Nova York em 1976, contra dois adeptos, que foram absolvidos.

Chapa-branca até a medula, o documentário navega na superfície, esboçando um retrato pobre do personagem e seu movimento.

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