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'Dedo na Ferida' é imperdível e deveria ser obrigatório nas escolas

Documentário de Silvio Tendler cumpre sua função de nos causar revolta

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Dedo na Ferida

Avaliação: Bom
  • Quando: Estreia nesta quinta (21)
  • Classificação: não informada
  • Produção: Brasil, 2017
  • Direção: Silvio Tendler

Veja salas e horários de exibição

Num dos textos que Inácio Araujo escreveu sobre "Tropas Estelares" (1997), a subestimada obra de Paul Verhoeven (que agora entrou na moda), o crítico da Folha falava em "espírito de recusa" para elogiar a sátira de ficção científica que o diretor holandês fez à globalização.

Pois é um forte espírito de recusa que move este "Dedo na Ferida", novo documentário de Silvio Tendler.

É um filme que tem tudo a ver com o mote do cineasta, destacado na página de sua produtora: "Faça do cinema uma arma de luta, uma arma de reflexão, uma arma de pensamento". E por isso deveria ser exibido em todas as escolas e universidades.

Procurando identificar de que modo o dinheiro passou a ser "a primeira religião", e de que modo as grandes corporações, sobretudo os bancos, dominam o mundo e relegam populações ao empobrecimento ou à miséria, o longa de Tendler é didático e contundente.

Por meio de entrevistas com economistas, professores, um presidenciável e até mesmo o cineasta Costa-Gavras, velho combatente do cinema engajado, o diretor tece sua rede de forma clara, construindo uma peça sólida de combate, um grande "não" à vilania do hipercapitalismo.

Há espaço também para gráficos didáticos, como o que nos informa que, de 2010 a 2015, a riqueza dos mais pobres diminuiu 38% e a fortuna dos mais ricos aumentou 45%. Ou seja, foi promovido o aumento da desigualdade social, passaporte para um mundo mais perigoso e violento.

O mecanismo é cruel. A crise faz com que os mais ricos do mundo ganhem muito dinheiro. Os assalariados, ao contrário, trabalham muito para ganhar trocados, tendo pouco tempo e energia para serem politizados.

"Dedo na Ferida", por seu discurso, é imperdível, e deveria mesmo ser obrigatório no currículo escolar. Mas é bom cinematograficamente?

A resposta é positiva. As imagens de arquivo são bem inseridas, o aspecto didático quase sempre funciona e o filme cumpre sua função de nos causar revolta.

Adota uma forma discreta e já muito batida, mas a desenvolve com bom senso de ritmo e tom.

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