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Descrição de chapéu Cinema

Curtas de Nara Normande inauguram sessão do formato em São Paulo

Espaço Itaú de Cinema pretende fixar programação em seis capitais e em Brasília

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São Paulo

A vantagem do curta-metragem é a mesma da de um conto. Se você não está gostando, ao menos não levará muito tempo para terminar. É sempre esse o alívio, ou a tristeza, no caso de se estar gostando.

Os curtas são importantes na formação de cineastas e até mesmo concorrem ao Oscar, mas é muito difícil ter acesso a eles numa sala de projeção. Costumam ser renegados à web, festivais ou a aberturas de filmes, a maioria, infantis.

O Espaço Itaú de Cinema pretende manter sessão fixa para curtas-metragens brasileiros em sua programação em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Salvador.

Começa nesta semana com a sessão Guaxuma e Outras Histórias que reúne, em cerca de uma hora, três curtas da alagoana Nara Normande.

Cena da animação 'Guaxuma', de Nara Normande - Divulgação

No filme mais recente, justamente "Guaxuma", do ano passado, temos uma espécie de autobiografia. Com técnicas de animação em areia, esculturas também de areia e stop-motion de bonecos, a obra acompanha a história de uma menina nascida numa comunidade um tanto hippie que perde sua melhor amiga.

Há fotos de família, além de desenhos e efeitos que remetem ao mar, como conchas que fazem o lugar dos seios que crescem nas adolescentes.

O filme levou prêmios em festivais como Anima Mundi, de Gramado, Brasília, e no de curtas de São Paulo.

É poético, narrado em primeira pessoa, engraçado e cativante. As animações são bonitas, como a de muitas fotos parecidas de plantação de beira de estrada que se sobrepõem quando a jovem abandona a praia e vai morar na cidade grande.

Mas o ponto alto da sessão é "Sem Coração", de 2014, o único que não é animação. Ainda no universo da praia, vemos meninos que passam férias à beira-mar e descobrem, de um jeito bastante torto e um tanto equivocado, o amor e o sexo.

É um filme convincente, com belas imagens de mergulhos no mar. Nesse calor que faz em São Paulo, é quase um filme refrescante, não fosse a sensação de asfixia da menina, a Sem Coração, que prende a respiração no mar e ofega numa piscina vazia enquanto os meninos a olham.

O curta de 25 minutos foi exibido em diversos festivais internacionais, como a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, e premiado em outros tantos.

"Dia Estrelado", o primeiro curta de Normande, de 2011, já é um pouco tedioso. A animação em stop motion que usa materiais reconhecíveis, como telas de proteção recortadas, tecidos e botões, tem a sua graça, é um filme bonito.

Mas com personagens que não falam e imagens como a de um menino que rega uma flor no sertão com suas lágrimas, faz lembrar algumas das animações dos anos 1990 da grade da TV Cultura.

A aposta do Espaço Itaú numa sessão de curtas é interessante, tem preço convidativo (R$ 14), considerando-se os valores astronômicos dos ingressos. Resta saber como será a concorrência por salas e horários nesta época do ano com os filmes do Oscar.

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