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Baianas de festa da diretora da Vogue vão à polícia após serem ofendidas na internet

Chamadas de omissas e vendidas nas redes sociais, mulheres fotografadas com Donata Meirelles prestam queixa em Salvador

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Salvador

Seis das dez baianas que fizeram parte do receptivo da festa de aniversário de Donata Meirelles, diretora de estilo da revista Vogue Brasil, prestaram queixa nesta terça-feira (12) na polícia, em Salvador, por ofensas sofridas na internet.

A participação das baianas na festa da última sexta (8) gerou polêmica nas redes sociais após terem sido postadas fotos de Donata Meirelles e de outros convidados sentados em uma cadeira e rodeados pelas baianas.

Foram postados comentários que associaram o evento ao tema escravidão, sugerindo que as baianas estariam “vestidas de mucamas” e a cadeira seria uma “trono de sinhá”.

Uma das participantes, Rita Ventura dos Santos, 63, diz que a repercussão do caso resultou em uma série de ofensas às integrantes do grupo, que foram chamadas de omissas e vendidas.

“Estamos recebendo mensagens absurdas nas redes sociais. Chegaram até a perguntar quanto a gente cobrava para tomar chibatadas”, afirma Santos, que também é presidente da Abam, associação das baianas de acarajé de Salvador.

Rita dos Santos também afirma que o compartilhamento das fotos das baianas que participaram da festa tem gerado constrangimento. Parte delas tem sido agredidas verbalmente em seus tabuleiros de acarajé.

A repercussão do caso fez com que as baianas perdessem dois outros contratos para trabalhos de receptivo. Os clientes temem que a presença das baianas nos eventos gerem repercussão negativa.

Salvador tem cerca de 5.000 baianas —parte delas, além de atuar nos tabuleiros de acarajé, também faz trabalho de receptivo.

Rita dos Santos refuta a ideia de que o grupo tenha sido alvo de racismo durante o aniversário. “Quem quer criticar a festa, que critique. Mas não sou nenhuma criança para me sujeitar a qualquer papel que me rebaixe."

Ela afirma que as baianas foram contratadas apenas para recepcionar os convidados. O objetivo era representar a diversidade cultural da Bahia –por isso foram escolhidas baianas jovens, idosas, negras, brancas, evangélicas e adeptas do candomblé.

“Quando ela [Donata] nos viu, começou a bater palmas para nós. E os convidados também nos aplaudiram. Uma das baianas a convidou para sentar na cadeira e aí foi feita aquela foto tão criticada”, afirma Rita.

Segundo Rita, as roupas para o evento foram escolhidas pelas próprias baianas e as cadeiras foram colocadas para que elas pudessem descansar.

O caso será investigado pela Polícia Civil da Bahia.

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