Guggenheim de Bilbao ainda guia arquitetura de museus pelo mundo
New Museum de Nova York e Hermitage de Barcelona seguem onda iniciada há duas décadas
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Já se passaram mais de duas décadas desde que elas surgiram, mas o impacto das mirabolantes formas do Guggenheim de Bilbao, na Espanha, ainda orienta a construção de museus pelo mundo.
Não há nada de sóbrio nas imagens da futura filial do Hermitage em Barcelona e da ampliação do New Museum, em Nova York. Ambos projetos acabam de ser anunciados e devem sair do papel até 2022.
O caso nova-iorquino será um dueto de grifes da arquitetura atual. Há mais de dez anos, o New Museum se destaca no bairro do Bowery como uma pilha de caixotes brancos desenhados pelo escritório japonês Sanaa, de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa.
Mas o museu agora será duplicado com um projeto da OMA, firma do holandês Rem Koolhaas, que diz querer ser “complementar, e não competitivo” em relação à estrutura já construída. As alas antiga e a futura parecerão autônomas por fora, porém serão entrelaçadas por dentro. A ampliação resolverá dois problemas do New Museum —o acesso estreito e a circulação congestionada com a quantidade atual de público.
O térreo será totalmente reconfigurado com uma ampliação da calçada para o interior do museu. Novos elevadores e escadas intercaladas a três terraços passam a ter protagonismo na fachada do lado do OMA, e a área de galerias de exposição será duplicada.
O edifício hermético dos japoneses será ladeado por um prisma cheio de linhas diagonais com uma pele porosa. Koolhaas não evitou dizer que “o primeiro edifício é muito enigmático, por isso não parecia frutífero criar um enigma próximo de outro enigma”.
Tampouco há mistério no desenho de Toyo Ito, o vencedor do Pritzker de 2013, para a filial do museu Hermitage de São Petersburgo que será construída em Barcelona. Os responsáveis dizem que “o edifício é a peça mais importante do museu, sua imagem para a cidade, o país e o mundo”.
Tendo o Mediterrâneo ao fundo, o arquiteto japonês criou uma construção de quatro andares sustentados por um conjunto de planos brancos curvilíneos —o que estimula muitas metáforas interpretativas, desde as ondas do mar a páginas de livros tremulando com os ventos oceânicos.
As grandes estruturas verticais e orgânicas não são novidade na obra de Ito. As perspectivas do centro cultural na Espanha guardam muitas semelhanças com o Museu do Barroco, em Puebla, no México, aberto há três anos.
Essas estratégias também aparecem em Bordeaux, na França, com o Méca. O complexo cultural recém-inaugurado abriga instituições dedicadas a artes visuais, cinema, literatura e performances.
Desenhado pelo escritório dinamarquês Bjarke Ingels Group com os franceses do Freaks Architectes, o edifício em forma de arco chama a atenção pela escadaria.
As fachadas são compostas por planos multifacetados e diagonais, tais como na ampliação do New Museum, do OMA. As galerias também seguem receituário conhecido —cubos brancos com piso de concreto, o gift shop na entrada e espaços anódinos como laboratório dos artistas. Autor do paradigmático ensaio “Cidades Genéricas”, Koolhaas talvez devesse analisar o fenômeno dos museus genéricos.
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