Com roteiro mal-costurado, 'Playmobil O Filme' não transcende a propaganda
Longa consegue distrair as crianças por algum tempo, mas tem duração excessiva
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Há um novo e rico filão na animação: os comerciais de brinquedos em longa-metragem. A seara foi aberta em 2014 por “Uma Aventura Lego”, que foi bem nas bilheterias e agradou à crítica. Outros nomes populares entre as crianças logo seguiram o exemplo, como Trolls, Angry Birds e Ugly Dolls.
Agora é a vez da Playmobil, a linha de bonequinhos criada pelo alemão Hans Beck em 1974. Pela variedade de personagens e cenários que a marca permite, era de se esperar uma boa história. Infelizmente, “Playmobil – O Filme” não chega a tanto.
A trama deslancha no mundo real, com atores de carne e osso. A adolescente Marla (Anya Taylor-Joy, de “Fragmentado”) sonha em tirar um ano sabático e viajar pelo mundo com uma mochila nas costas, mas seus planos não irão muito longe.
No mesmo dia em que chega seu passaporte, a garota recebe uma notícia terrível (e que pode incomodar aos espectadores menorzinhos): seus pais morreram em um acidente, e ela terá que cuidar sozinha do irmão mais novo, Charlie (Gabriel Bateman).
Quatro anos depois, Marla é uma jovem adulta à beira do stress. O irrequieto Charlie acusa a irmã de também estar morta, e foge de casa em busca de diversão. Marla corre atrás dele e descobre que o moleque entrou em uma exposição ainda não aberta ao público. Lá dentro, uma gigantesca maquete com diversos ambientes em miniatura é “povoada” por todo tipo de criatura Playmobil.
Marla reencontra Charlie, mas não há tempo para confraternizar. Um raio misterioso transforma os irmãos em bonecos e os transporta para o mundo da maquete, sem maiores explicações. Daí em diante, o filme se torna uma animação 3D, feita em computador.
O menino agora é um viking, justamente seu brinquedo favorito. Marla teve menos sorte: seu avatar de plástico tem os cabelos presos em cima da cabeça, o que lhe dá uma aparência 30 anos mais velha.
Charlie é capturado pelo imperador Maximus, que quer transformá-lo em um gladiador. Separada do irmão, Marla passará por inúmeras peripécias para salvá-lo.
É aí que a coisa desanda. O filme se torna uma série de episódios frouxos, cuja única função é demonstrar a variedade de situações que os bonecos Playmobil podem encarar. Ou nem isso: um dos cenários visitados é uma boate futurista, comandada por uma lesma malvada.
“Playmobil – O Filme” tem as cores e ruídos necessários para distrair a criançada por algum tempo. Mas seus cem minutos de duração são excessivos, e não há aquelas piadinhas espertas que só os pais conseguem entender. Talvez funcione como propaganda.
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