'Sou de família judia. O vídeo de Alvim é criminoso', diz Luciano Huck sobre repercussão do caso
Políticos, artistas e outras personalidades se manifestaram nesta sexta-feira (17) sobre o vídeo divulgado por Roberto Alvim
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Políticos, artistas e outras personalidades se manifestaram nesta sexta-feira (17) sobre o vídeo divulgado por Roberto Alvim, secretário da Cultura do governo Bolsonaro, na noite de quinta (16), em que cita discurso de Joseph Goebbels.
O vídeo foi postado pela Secretaria Especial da Cultura do governo Bolsonaro para divulgar o Prêmio Nacional das Artes, lançado horas antes em transmissão ao vivo na internet com a participação do próprio presidente.
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, afirmou que o secretário de Cultura do governo federal, Roberto Alvim, “ultrapassou todos os limites ao optar pela clara e aberta apologia ideológica do regime nazista” e deve ser afastado imediatamente sob pena de o país se enquadrar internacionalmente como inimigo da democracia.
"A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada", disse o ministro de cultura e comunicação de Hitler em um pronunciamento para diretores de teatro, segundo o livro "Joseph Goebbels: uma biografia", de Peter Longerich.
"A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", afirmou Alvim no vídeo postado nas redes sociais.
Para Alvim, a semelhança dos discursos trata-se apenas de coincidência, mas ele também disse ter considerado perfeita frase de Goebbels sobre arte.
O Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil Henry Sobel se manifestou em nota: "Lembramos que, no regime que inspira o secretário, o primeiro passo foi a queima de livros, seguida pela queima de pessoas. A anunciada demissão do secretário, embora acertada, é insuficiente. Conclamamos todas as entidades culturais e dedicadas à defesa da democracia e dos direitos humanos a exigir do Governo Federal a revisão de sua política cultural, em respeito à democracia e à liberdade de criação".
Confira a seguir a repercussão do assunto nas redes sociais.
Luciano Huck - Apresentador de TV
Dias Toffoli - presidente do Supremo Tribunal Federal
“Há de se repudiar com toda a veemência a inaceitável agressão que representa a postagem feita pelo secretário de Cultura. É uma ofensa ao povo brasileiro, em especial à Comunidade Judaica”
Rodrigo Maia - deputado federal pelo DEM e presidente da Câmara
Zelia Ducan - cantora
Marina Silva - candidata à presidência na disputa eleitoral de 2018
Fernando Haddad - candidato à presidência em 2018 que disputou o segundo turno ao lado de Bolsonaro
PSDB - Partido Social da Democracia Brasileira
Orlando Silva - deputado federal pelo PCdoB e ex-ministro do Esporte
Fernando Holiday - vereador de São Paulo
Mika Lins - atriz e diretora teatral
Marcelo D2 - Cantor
Marcelo Freixo - deputado federal do Rio de Janeiro
Ciro Gomes - candidato à presidência na disputa eleitoral de 2018
Pablo Villaça - escritor e crítico de cinema
José de Abreu - ator
Ana Paula Henkel - ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica
Guilherme Boulos - candidato à presidência na disputa eleitoral de 2018
Laerte Coutinho - cartunista
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