'Os Órfãos' é talvez o pior filme de terror já feito em todos os tempos
Longa tem Finn Wolfhard, um dos principais da série 'Stranger Things'; não deveria ter aparecido aqui
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“Os Órfãos” é provavelmente o pior filme de terror já feito no mundo em todos os tempos. Digo “provavelmente” porque não acompanho muito o gênero e é capaz que já tenham cometido algo no mesmo nível.
A história é das mais manjadas: moça da cidade se muda para uma casa afastada para ser professora da menininha que mora no lugar. Os pais morreram e ela vive apenas com a governanta e um irmão que volta do internato. A casa é estilo castelo. Fantasmas a perseguirão. Ponto final.
Para começar, é uma produção baseada no mais raso estilo de assustar: fazer barulhos altos no cinema a cada cinco ou dez minutos para fazer você pular da cadeira. Depois do terceiro baque, você não aguenta mais, mas o filme não acredita na inteligência do espectador e insistirá assim até o fim.
Então há o festival de clichês. Aqui há spoilers, cuidado. Mas não é nada que você já não tenha visto antes, pode crer.
O castelo tem ala proibida, mas a moça irá lá o tempo todo. Portas se fecham atrás dela, trancando-a em quartos escuros. Ela olha no espelho e vê mortos. A máquina de costura liga do nada. Entra na banheira, vê algo de relance e se assusta.
A criança desenha a si mesma feliz, mas com um monstro do lado. Há bonecas sem cabeça espalhadas pela casa. Há manequins. A governanta é esquisita. Não há absolutamente nenhum elemento novo em “Os Órfãos”.
Uma vergonha completa. É péssimo que, a cada cena, você prevê o que vai acontecer, tamanha a cara de pau da diretora em seguir o padrão. Floria Sigismondi vem do mundo dos videoclipes (dirigiu até para David Bowie) e das séries de TV. Deveria voltar para lá. O garoto Finn Wolfhard é um dos principais da série “Stranger Things”. Não deveria ter aparecido aqui.
Há mais problemas: a moça chega à mansão achando que tudo está bem, a vida é linda, fantasmas não existem etc. Mas, depois de ser trancada, assustada, afogada, perseguida e humilhada, essa percepção muda.
Então a professorinha se manda. Só que ela volta, “porque prometeu à menininha que não iria embora”. E, ao voltar, continua a dar aulas e a dormir no quarto assombrado como se nada tivesse acontecido. Ou seja, não faz sentido.
O final é igualmente frustrante. Há uma tentativa de virada de jogo, extremamente mal executada, parece haver um final, depois outro, e há ainda um terceiro final, que foi o prólogo que iniciou o filme e acaba não sendo mais retomado. Enfim, não dá para entender nada. Não dá para entender nem mesmo por que você entrou no maldito cinema.
Erramos: o texto foi alterado
A menina desenha ela mesma, e não a professora. Além disso, a professora se assusta quando vê algo de relance na banheira, e não porque algo tenta afogá-la. O texto foi corrigido.
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