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Com Claudia Raia na plateia, grife aposta no 'chique sem esforço', em Paris

Isabel Marant e Chloé mostraram coleções que seguem subdivisão 'effortless chic'

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Paris

Costuma-se dizer que o conceito de chique, da etimologia ao estado de aparente graça no vestir, é invenção francesa. Há controvérsias, porque a palavra derivaria do alemão, mas é certo que a Semana de Moda de Paris é onde se resume em formas e desfiles aquilo que parte do público define como “chique no último”.

Nesta quinta-feira (27), duas marcas das mais incensadas da programação de outono-inverno 2021, Chloé e Isabel Marant, mostraram com quantos panos se faz a mais nova subdivisão desse chique, ao que a moda já deu o nome de “effortless chic”.

Seja ele “sem esforço”, no sentido literal, ou despojado, na linguagem popular, o que importa é parecer despretensioso ainda que você tenha passado horas para chegar àquela cintura marcada, ao colo algo descoberto, à escolha do padrão geométrico masculino combinado à saia romântica e ao broche displicentemente abotoado na lapela da jaqueta de alfaiataria. 

Claudia Raia com look da grife Isabel Marant - Léo Faria/Divulgação

Foi esse o combo imagético proposto pela estilista Natacha Ramsey-Levi na apresentação desta manhã, que tirou de vez da Chloé o ranço de um passado repleto de roupas do tipo madame intelectual de butique.

Ainda é bege e branco o bicolor clássico da marca, mas a ele se adicionam grafismos argyle, aqueles losangos dos pulôveres britânicos, desenhos pop colados nas costas e padrões “paisley” que evocam o espírito 1970 em voga.

Ramsey-Levi deu a dica do que espera dos novos clássicos ao distribuir pela sala colunas gregas.

Havia camisas-vestido, colagens de artistas visuais —neste caso, os da pintora Rita Ackermann— e peças casuais finalizadas com aviamentos de metal nas golas, nas mangas e no torso. 

A estética “boho”, para usar o termo que define a roupa inspirada no estilo boêmio-hippie, é calculada, mas parece produzida às pressas, bem ao estilo chique do novo milênio.

Nas últimas horas do expediente, Isabel Marant escancarou as portas de seu vasto repertório “effortless chic”. Mãe da vertente boho-americano-Coachella, cheio de franjas, botas e florais miúdos, a estilista diminuiu o tom das cores para pôr na passarela uma série de tricôs estruturados —que metade do mundo copiou dela temporadas atrás—, ombros marcados que identificam sua silhueta e capas equestres.

Um dos poucos suspiros de cartela concisa em meio a uma avalanche de tons neutros mesclados a pinceladas de cor desta temporada, ela trabalha com cinzas, branco e preto para dar uniformidade à imagem descompromissada.

Tanto as garotas quanto os garotos da coleção fazem o tipo parisiense da luz do dia, elegantes com suas capas e peças intercambiáveis de alfaiataria relaxada, e bem diferentes dos notívagos da Saint Laurent empacotados em brilho e fetiche alinhavado em látex.

Para Marant, a palavra glamour não significa um emaranhado de referências do look de festa, mas uma série de elementos casuais, como o jeans e o moletom, que unidos por uma tesoura de corte afiado podem se transformar em moda urbana, que, para ela, também é chique.

Para além do aspecto imagético, esse pendor casual faz sentido comercialmente. Logo após o desfile, a incorporadora JHSF anunciou que irá abrigar a primeira loja latino-americana de Marant, prevista para abrir em junho no Cidade Jardim Shops, complexo de luxo da bandeira de shoppings nos Jardins, em São Paulo.

A notícia explica o porquê de a última coleção de verão, desfilada em setembro, ter sido toda inspirada na versão do Brasil segundo a estilista.

Para o desfile desta quinta, na plateia, a atriz Claudia Raia e a filha, Sophia, fizeram as vezes de representantes da marca para o país. Elas foram devidamente paramentadas com looks da grife, cinzas e com ombros ampliados que, na cartilha parisiense, são chiques. À marca, só lhe resta combinar esse esforço com a brasileira. 
 

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