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Zé do Caixão era tão grande quanto o cinema novo, diz Matheus Nachtergaele

Para o ator, o personagem Zé do Caixão é o equivalente brasileiro do Carlitos, de Charles Chaplin

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São Paulo

José Mojica Marins, morto nesta quarta (19), foi interpretado por Matheus Nachtergaele na série “Zé do Caixão”, de 2015. 

O ator diz que só foi entender a grandeza do cineasta durante a pesquisa que fez para fazer o personagem. “Eu não era um fã do Mojica, eu fui descobrir a importância dele durante a pesquisa do trabalho. Entendi que ele chegou a ser um cineasta do tamanho dos cinema-novistas”

Para o ator, o personagem Zé do Caixão é o equivalente brasileiro do Carlitos, de Charles Chaplin.

“Ele se adaptou a todos os altos e baixos do Brasil, fez filmes de arte a pornochanchada do mais baixo calão possível”, diz Nachtergaele. “Acho que vale agora revisitar com muita calma e carinho toda a obra desse grande artista e inventor brasileiro.”

“Morre uma parte muito importante da história do cinema brasileiro”, diz o cineasta Paulo Sacramento, que trabalhou com Mojica, em 2008, no longa "Encarnação do Demônio", que fechou a trilogia que começou com "À Meia-Noite Levarei Sua Alma", de 1964. 

"Em 2007, quando a gente rodou o filme, ele tinha por volta de 70 anos. Era uma energia de uma criança, de um jovem, muito forte. Escrevia, dirigia, atuava, ia para a frente da câmera. E isso contagiava a equipe de uma maneira que todo mundo sabia que estava vivendo uma coisa histórica.” 

“Mojica era o último representante de uma turma que viveu o cinema acima de qualquer coisa. É por isso que seus filmes continuam tão importantes e populares quanto na época.”

O filho Crounel Marins diz que “quando ele viajava pelo Brasil, no Nordeste e no Sul, ele sempre foi muito bem reconhecido. Não tinha muito reconhecimento oficial, mas isso também não dá para esperar no Brasil, cultura nunca foi prioridade dos governos. Nossos cineastas não têm nem obras preservadas.”

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