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Cinema

Comédia francesa retrata romance de trintões na era do Tinder

Filme de Patrick Cassir injeta realismo num envolvimento romântico a partir de situações desafiadoras

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Neusa Barbosa

'As Primeiras Férias Não Se Esquece Jamais!'

Avaliação: Bom
  • Quando: Estreia nesta quinta (12)
  • Classificação: 14 anos
  • Elenco: Camille Chamoux, Jonathan Cohen, Camille Cottin, Jérémie Elkaim
  • Produção: França, 2018
  • Direção: Patrick Cassir

Se há um mérito de saída em “As Primeiras Férias Não Se Esquece Jamais!”, do estreante Patrick Cassir, é se arriscar a pensar fora da caixa dos clichês que dominam as comédias românticas em todas as latitudes, mantendo-se fiel ao princípio de deslocar seus protagonistas trintões, Marion (Camille Chamoux) e Ben (Jonathan Cohen), de seu território de conforto.

Originário das artes gráficas e do videoclipe, Cassir conta com a cumplicidade da atriz Camille Chamoux, sua mulher na vida real, para escrever o roteiro centrado num casal improvável.

Ben é um executivo, formado numa escola comercial, metódico e de hábitos arraigados. Marion é o protótipo da mulher descolada, dividindo um apartamento com amigos que compartilham os mesmos hábitos alternativos, Fleur (Camille Cottin) e Romain (Jérémie Elkaim). O único jeito de uma dupla assim oposta se conhecer seria mesmo o Tinder.

Esta disposição de marinheiros de primeira viagem, compartilhada pelo diretor e os protagonistas do romance, injeta ao longo da narrativa uma saudável vontade de exposição a caminhos inesperados. Ao longo do filme, criam-se situações que escapam do figurino rigorosamente romântico, pondo a dupla Ben e Marion em situações no limite do bizarro. Inclusive suas cenas de sexo passam bem longe da tradicional estética pseudossofisticada de comerciais e novelas, preferindo locais inusitados.

Mal se conhecendo, Ben e Marion planejam uma viagem juntos e a um destino incomum —a Bulgária, que acaba sendo escolhida por ser intermediária entre o convencional balneário de Biarritz, para onde ele vai há anos, e a imprevisível Beirute, que era o próximo destino de Marion. Nessa Bulgária ainda despreparada para o turismo pintada pelo filme, a dupla de franceses encontra desafios à altura de sua coragem, quase tudo que se pode imaginar para melar a “viagem dos sonhos”.

Se há um aspecto em que a comédia acerta é na humanização de seus personagens e na honestidade com que se põe diante das dificuldades dos relacionamentos amorosos, não só dos protagonistas, como dos amigos à sua volta. Nesse sentido, parece ter sido bem aproveitada a experiência real do casal por trás do roteiro, injetando sinceridade na ficção que escreveram, sem falhar em imaginar incidentes cômicos para quebrar as tentações da pieguice ou de afinar depressa demais as diferenças da dupla.

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