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Conceição Evaristo não entrou na ABL por erro de campanha, diz Nélida Piñon

Em entrevista ao programa Roda Viva, imortal disse que escritora deixou de cumprir praxes em candidatura

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São Paulo

A candidatura da escritora Conceição Evaristo à Academia Brasileira de Letras não se consumou por erros de campanha, disse Nélida Piñon, que foi a primeira mulher a presidir a instituição, em entrevista ao programa Roda Viva nesta segunda.

"É muito difícil alterar um voto empenhado. É como a política", disse a imortal. "Se você [começa a campanha] 20 dias depois, as cartas já estão dispostas sobre a mesa. Eu penso sinceramente que foi um erro de condução de campanha."

Piñon respondia a uma pergunta que lembrava as manifestações populares, dois anos atrás, que defendiam que a escritora mineira ocupasse a cadeira que havia sido aberta pela morte do cineasta Nelson Pereira dos Santos.

A iniciativa, que fez muito barulho na internet puxada pelo movimento negro, não comoveu a ABL. Evaristo teve apenas um voto contra 22 de Cacá Diegues, também cineasta, que acabou eleito.

Questionada se havia preconceito na escolha, ela preferiu ressaltar que Evaristo deixou de cumprir etapas que são praxe do processo de candidatura e lamentou que ela não tenha sido orientada.

"Eu nunca recebi um telegrama dela. O que quer dizer que eu não sabia que ela ia se candidatar", disse a escritora. "Ela teria que ter contatado, visitado os acadêmicos. Não se esqueçam de que a relação que você vai estabelecer é para sempre, não há divórcio na Academia. Eu teria adorado receber a Conceição aqui em casa."

São costumes estabelecidos na Academia para que "quando ocorra a eleição, já haja liames afetivos e intelectuais entre o candidato e o acadêmico", arrematou Piñon.

A escritora Nélida Piñon - Getty Images

A escritora, que está lançando o romance "Um Dia Chegarei a Sagres", seu primeiro em 16 anos, afirmou ter admiração por Evaristo e estar certa de que ela tem cadeira garantida na Academia no futuro.

Também disse, durante a entrevista, ter uma lista longa de autoras mulheres que mereceriam aumentar a porcentagem ainda minoritária delas na ABL.

A escritora Conceição Evaristo, em 2018 - Zanone Fraissat/Folhapress

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