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Morre a feminista e escritora egípcia Saadawi, autora de mais de 50 títulos, aos 89

Uma das principais vozes dos direitos das mulheres no mundo árabe, ela foi apontada como a Simone de Beauvoir da região

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Cairo | Reuters

A feminista e escritora egípcia Nawal El Saadawi morreu no domingo (21), em um hospital no Cairo, aos 89 anos. O funeral contou com a presença de parentes, afirmou o agente da escritora.

Uma das principais vozes dos direitos das mulheres no mundo árabe, Saadawi também era considerada uma das principais intelectuais do Egito e, por vezes, apontada uma espécie de Simone de Beauvoir da região.

A escritora Nawal El Saadawi - Mona Sharaf/Reuters

Formada em medicina, ela publicou mais de 50 títulos. Em sua autobiografia "A Daughter of Isis" (a filha de Isis), ela narrou ter crescido em uma cultura patriarcal, na qual as meninas eram submetidas a abusos, incluindo casamento infantil e circuncisão feminina, da qual foi vítima.

"Eu não sou enganada pela falsa noção de que as mulheres são livres para escolher cobrir-se ou despir-se. As mulheres são obrigadas pela má educação, desde a infância, a se vestir ou se desvestir de acordo com diferentes slogans", disse a feminista egípcia em entrevista à Folha em 2016.

Saadawi foi presa em 1981 após criticar o presidente egípcio Anwar Sadat (1970-1981) e passou quase duas décadas no exílio durante o governo de Hosni Mubarak (1981-2011).

Na sociedade conservadora egípcia, Saadawi divorciou-se três vezes. O casamento com o terceiro marido, Sherif Hatata, durou 43 anos, e a escritora chegou a dizer que se tratava do único homem feminista no mundo. Mas ela se separou dele depois de descobrir uma traição.

Nos últimos anos, Saadawi pediu que as mulheres adotassem o nome de família da mãe, em vez do nome da do pai, e protestou contra as leis de herança que favorecem os filhos.

Nawal El Saadawi deixou dois filhos, a escritora Mona Helmy e o diretor de cinema Atef Hatata.

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