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Filmes

Vaivém de filme 'Zimba' confunde até versados na trajetória de Ziembinski

Diretor fundamental para teatro brasileiro é retratado em documentário com falas de Nelson Rodrigues e Antunes Filho

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Zimba

Avaliação: Bom
  • Quando: Estreia nesta quinta (30)
  • Onde: Nos cinemas
  • Classificação: Livre
  • Produção: Brasil, 2021
  • Direção: Joel Pizzini

As imagens de Ziembinski em filmes poloneses, jovem, alto e magro, são algumas das bem-vindas atrações de “Zimba”.

Mas seria melhor se as produções fossem identificadas, quando surgem; ou se o que ele fala nas cenas fosse traduzido e legendado; ou, ainda, se fosse informado qual dos filmes ele eventualmente dirigiu.

O documentário parece apostar que isso tudo se resolve com a edição das imagens ou com a narração entrecortada. Mas não é o que acontece, mesmo para quem conheça a trajetória de Ziembinski, diretor fundamental para o teatro brasileiro —certamente mais do que o ator.

É difícil acompanhar o vaivém de sua biografia na tela. É preciso embarcar na brincadeira das cenas costuradas freneticamente, sem explicação, e deixar correr a experiência. E, mesmo assim, pode ser necessário voltar, rever e buscar, para conseguir maior clareza sobre o que é exposto no filme.

Algumas das lacunas mais curiosas da vida teatral de Ziembinski, como sua viagem à União Soviética e o encontro com Meyerhold ou como a suposta convivência com o futuro papa João Paulo 2º, ainda não são preenchidas desta vez.

Mas ele está bem retratado, a partir de trechos de depoimentos do dramaturgo Nelson Rodrigues e do diretor Antunes Filho, por exemplo.

E estão cobertos alguns de seus passos mais importantes, como a encenação de "Vestido de Noiva” —embora seja dada uma atenção excessiva à remontagem dos anos 1970, mais até do que à original de 1943, no Rio de Janeiro.

Talvez a explicação esteja na baixa qualidade técnica do material levantado sobre a época, como fica evidente num vídeo de Luiza Barreto Leite. Os arquivos poloneses se mostram bem mais eficientes que os brasileiros.

Antunes, seu assistente no TBC dos anos 1950, diz que foi Ziembinski quem apresentou a “carpintaria” do teatro a Nelson e deixa claro também seu pioneirismo em São Paulo, ao lado dos diretores italianos.
Outros sublinham o domínio da iluminação, que teria trazido para o teatro do país.

Sobre o ator, que toma boa parte do documentário, o melhor testemunho aparece numa velha entrevista com Fernanda Montenegro.

A atriz relata “a fome de papéis que ele tem”, ecoando uma das histórias que mais se ouvem sobre o ator Ziembinski —de que disputava o holofote com seus próprios atores, no palco.

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