Jornais linha-dura do Irã elogiam agressor de Salman Rushdie
País ainda não deu uma declaração oficial sobre o caso, mas veículos fizeram publicações
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Vários jornais iranianos linha-dura elogiaram neste sábado (13) a pessoa que atacou e feriu gravemente o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, cujo romance "Os Versos Satânicos" tem atraído ameaças de morte pelo Irã desde 1989.
Ainda não há uma reação oficial de Teerã ao ataque a Rushdie, que foi esfaqueado no pescoço e no torso em palco durante uma palestra no interior do estado americano de Nova York, na sexta-feira (12).
Contudo, o jornal linha-dura Kayhan, cujo editor-chefe é escolhido pelo líder supremo do Irã, Ali Khamenei, escreveu "Mil bravos [...] à pessoa zelosa e corajosa que atacou o maligno e apóstata Salman Rushdie em Nova York", acrescentando: "A mão do homem que rasgou o pescoço do inimigo de Deus deve ser beijada."
A polícia do estado de Nova York deteve e identificou o agressor como Hadi Matar, de 24 anos. Ele foi indiciado por tentativa de homicídio e está detido, sem possibilidade de fiança.
O líder da revolução de 1979 no Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu em 1989 uma fatwa, ou edito religioso, que pedia aos muçulmanos de todo o mundo que matassem Rushdie, escritor nascido na Índia, depois que seu livro foi chamado de blasfemador, forçando-o a passar anos escondido.
O site de notícias Asr Iran publicou neste sábado uma citação muito conhecida de Khamenei, que dizia que a flecha disparada por Khomeini "um dia atingirá o alvo".
A 15ª Fundação Khordad, uma abastada organização religiosa iraniana, elevou a recompensa pela cabeça de Rushdie para US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 12 mi) em 1997, oito anos após ter oferecido uma recompensa pela primeira vez. A fundação aumentou o valor para US$ 3,3 milhões (cerca de R$ 16 mi) de dólares em 2012.
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