Violinista brasileiro da periferia paulistana vence concurso de peso em Viena

Guido Sant'Anna, de São Paulo, venceu na principal sala de concertos da Áustria com leitura do compositor alemão Brahms

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São Paulo

O jovem violinista Guido Sant'Anna, de Parelheiros, bairro da zona sul de São Paulo, venceu a décima edição da competição internacional Fritz Kreisler, em Viena, na Áustria. Com 17 anos, ele era um dos mais novos presentes numa das principais salas de concertos da Europa.

Sant'Anna fez leitura de Brahms, compositor de música clássica e um dos principais nomes do romantismo musical, na sala dourada do Musikverein, salão onde aconteceram as apresentações.

Durante a preparação, o jovem apresentou uma mesma leitura em abril deste ano, com a Sinfônica de Barra Mansa, do Rio de Janeiro. Vencedor do Fritz Kreisler, Sant'Anna pode se credenciar para receber parte de € 75 mil.

Além do prêmio, o jovem também ganhou contrato com a chinesa Naxos Records, selo referência em música clássica, e um convite para participar de recital com a Orquestra Filarmônica de Viena.

Trompa clássica, instrumento que integra o naipe dos metais. Difere das trompas modernas por não ter válvulas, que modificam o caminho do ar no instrumento e, com isso, o som produzido. As notas no instrumento antigo são obtidas pela diferença de sopro do instrumentista. Feita com chapas de metal mais finas, a trompa clássica vibra mais, é mais leve e permite diferenças de colorido entre as notas que evidencia as diferenças de tonalidade . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Flauta transversal clássica, feita de madeira, diferentemente das flautas modernas, que são feitas de metal. Os instrumentos de madeira antigos permitem uma combinação de notas de diferentes timbres (alguns mais abertos, outros mais fechados), que confere um colorido específico a cada tonalidade . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Clarinete clássico, feito de buxo, madeira mais leve e macia que o ébano, do qual são feitos os clarinetes modernos. O clarinete antigo possui no máximo cinco chaves [mecanismos para abrir e fechar os furos], enquanto os modernos têm em média 20. Além disso, como a embocadura é menos tensa, o que dá aos instrumentos antigos maior sutileza de articulação. . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Trompete natural, como o que era usado no final do século 18 e começo do século 19. Na versão antiga, não possui as válvulas que, nas versões modernas, modificam o caminho do ar no instrumento --e, com isso, o som produzido. As notas são obtidas pela diferença de sopro do instrumentista. Feito de chapas mais finas que as atuais, permite evidenciar diferenças entre as tonalidades . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Réplica de fagote usado no final do século 18 e começo do século 19. No fagote moderno, foram introduzidas mais chaves [mecanismos que abrem e fecham os furos], para dar mais igualdade às notas. Já os instrumentos de madeira antigos permitem uma combinação de notas de diferentes timbres e um colorido específico a cada tonalidade. Como a embocadura é menos tensa, há também maior sutileza de articulação . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Oboé clássico, como os usados na época de Beethoven. Diferentemente do oboé moderno, feito de ébano, a versão antiga é feita de buxo, madeira mais leve e macia. Possui menos chaves [mecanismos para abrir e fechar os furos] que os modernos, e a embocadura é menos tensa, o que lhe dá maior sutileza de articulação . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Violino clássico, como os usados no final do século 18 e começo do século 19. Usam cordas de tripa animal, em vez do aço empregado nos atuais. Há também uma diferença de ângulo no braço dos instrumentos, que lhes confere um som mais quente . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Arco convexo e mais curto, usado em violinos clássicos. Os arcos têm também pesos diferentes entre o talão (a base, perto de onde eles são segurados) e a ponta, o que permite mais sutileza de articulação, enquanto o arco moderno produz mais igualdade sonora. Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Violino com cordas feitas de tripa de carneiro, como as usadas no tempo de Beethoven. Nos instrumentos atuais, as cordas são de aço. Os instrumentos antigos tem uma sonoridade diferente dos modernos . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Tímpano barroco, como o que era usado na época de Beethoven. Utilizam pele animal (e não sintética como os modernos). Eles também não possuem o pedal que, nos instrumentos atuais, controla a tensão da pele. . Folhapress/Karime Xavier/Folhapress

Fortepiano réplica do construído para Beethoven por Gabriel Anton Walter (1752-1826), um dos mais famosos construtores de piano de Viena. Foi feito para a USP pelo luthier brasileiro César Ghidini. Tem um número menor de notas que o piano moderno, e o curso das teclas é mais baixo. Os martelos que fazem as cordas soarem são menores e mais duros, feitos de madeira encapada com couro, ao passo que os modernos têm uma capa grossa de feltro. A estrutura é muito mais leve, e as cordas são mais finas, o que resulta numa sonoridade menor, com menos ressonância e maior dicção, que se projeta muito bem. O som mais seco permite uma articulação muito mais definida. . Ana Estela de Sousa Pinto/Folha Imagem/Ana Estela de Sousa Pinto/Folha Imagem

Detalhe de violoncelos clássicos, que não possuem o pé para apoio na base, e usam cordas de tripas, em vez das cordas de aço atuais. Folhapress/Eduardo Knapp

Detalhe de flauta clássica do músico Gabriel Pérsico; diferentemente das flautas transversais atuais, feitas de metal, as antigas eram feitas de madeira, o que produz sonoridade diferente; instrumentos antigos também têm menos chaves (mecanismos para abrir e fechar a passagem de ar), o que reduz a turbulência do ar e produz um som mais puro. Folhapress/Eduardo Knapp

Sacabuxa, antecessora do trombone, cujo tamanho de tubo é modificado pela vara, que pode estendê-lo ou retraí-lo. As sacabuxas têm uma campana (a "boca") bem menor, resultando em uma sonoridade menor. Construída com chapas de metal mais finas, a versão antiga pode vibrar mais. São instrumentos mais leves, com sonoridade menor e com diferenças de colorido entre as notas que permitem evidenciar (como nas madeiras) as diferenças de tonalidade. . Reprodução/ECA/USP/Reprodução/ECA/USP

O violinista prodígio começou a estudar o instrumento aos cinco anos de idade. Aos oito, foi citado pelo maestro Júlio Medaglia no programa de Jô Soares. Sant'Anna também já foi finalista do concurso internacional Yehudi Menuhindo, na Suíça.

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