Diretora de teatro é presa na Rússia por apologia de terrorismo e causa polêmica
Após obra que menciona radicais islâmicos, Yegenia Berkovich é detida provisoriamente e pode pegar até sete anos de prisão
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Um tribunal russo deteve provisoriamente Yegenia Berkovich, diretora de teatro que é acusada de fazer apologia de terrorismo numa peça. Na obra, mulheres russas são recrutadas na internet para se casar com radicais islâmicos na Síria.
A artista, de 38 anos, que pode ser condenada a até sete anos de prisão, ficará detida até 4 de julho, informou o tribunal Zamoskvoretski, de Moscou, conforme anunciou agências russas de notícias.
Na véspera, Berkovich havia sido convocada pelos investigadores em Moscou juntamente com a dramaturga Svetlana Petriychuck, que devia se apresentar ao mesmo tribunal, segundoveículos de comunicação russos afinados com a oposição.
O processo causou comoção no mundo teatral russo. Tanto Berkovich quanto Petriychuck são suspeitas de fazer apologia do terrorismo por uma obra escrita por Petriychuk e dirigida por Berkovich em 2020.
Elogiada pela crítica, a peça recebeu duas máscaras de ouro em 2022 —principal prêmio russo para as artes cênicas.
O diário independente Novaya Gazeta lançou uma petição para libertação de Berkovich. O documento, que já recebeu mais de 3.000 assinaturas, afirma que a artista publicou alguns versos contra a ofensiva na Ucrânia que foram "muito difundidos", no ano passado.
Desde o lançamento da ofensiva contra a Ucrânia, as autoridades russas aceleraram a repressão de qualquer forma de dissidência, com multas e duras penas de prisão. Artistas críticos de Vladimir Putin foram processados, demitidos ou forçados a ir para o exílio.
Yevgenia foi aluna e colaboradora de Kirill Serebrenikov, um diretor exilado atualmente na Alemanha. Serebrenikov é famoso por obras que são críticas ao poder russo e misturam política, religião e sexualidade.
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