Aderbal Freire-Filho marcou os palcos com montagens épicas, dizem diretores
Veja a repercussão da morte do dramaturgo nesta quarta-feira, conhecido por agitar o teatro o circuito teatral carioca
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Morreu, na tarde desta quarta-feira, o dramaturgo carioca Aderbal Freire-Filho, aos 82 anos. Conhecido pela força de suas encenações no palco e pela aproximação da literatura com o teatro, o diretor estava internado desde que sofreu um acidente vascular cerebral em 2020.
"Era um diretor de extrema importância para o teatro brasileiro, com uma identidade artística muito forte", diz o ator e diretor Nelson Baskerville, fã de Freire-Filho. Ele lembra a adaptação de "Moby Dick", clássico da literatura americana, feita pelo diretor há dez anos no Teatro Poeira.
Aderbal Freire-Filho foi um dos fundadores do curso de direção teatral na Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, um dos primeiros no Brasil.
Posteriormente, participou ativamente da construção da SP Escola de Teatro, em São Paulo, como "conselheiro e mentor", como lembra Ivam Cabral, ator e fundador do grupo Os Satyros — uma das companhias de teatro experimental mais tradicionais da cidade.
Segundo Cabral, Freire-Filho foi "o diretor que mais friccionou o encontro entre tribos, pessoas e gêneros no teatro nacional". "Ele gostava de misturar amadores e veteranos, gerações e culturas", diz. "Me marcou muito pelo caráter épico da montagem. Ele conseguiu reproduzir e conduzir para o público a imagem de baleia imensa, que não existia no palco", lembra.
Marcelo Drummond, marido de Zé Celso e agora presidente do Teatro Oficina, lembra a presença constante de Freire-Filho na plateia desenhada por Lina Bo Bardi, em São Paulo. "Ele vinha quase sempre ver as peças do Zé. Ele agitou o teatro no Rio de Janeiro", comenta.
Drummond confessa ter sido marcado pela presença de palco do carioca, quando foi assistir a uma peça dirigida por ele no Palácio do Catete, ainda em sua juventude, sobre a vida de Getúlio Vargas, na qual Freire-Filho representava o irmão do presidente.
"Ele se comunicava muito bem com a plateia. O teatro brasileiro está perdendo muitas pessoas, e muito rápido", lamenta.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters