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Salman Rushdie diz que inteligência artificial é ameaça a escritores

Autor de 'Os Versos Satânicos' acredita que tecnologia terá impacto maior em obras de gênero, como ficção científica

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Paris | AFP

A inteligência artificial generativa será capaz de escrever roteiros para filmes e livros de alguns gêneros, como suspenses e ficção científica, afirmou o autor Salman Rushdie em entrevista à revista literária francesa NRF, publicada nesta quinta-feira (21).

O escritor Salman Rushdie - Kirill Kudryavtsev/AFP

"O problema é que essas criaturas aprendem muito rápido. Acredito que é mais preocupante para a literatura de gênero, como thrillers ou ficção científica, em que o que importa não é a originalidade da voz ou da linguagem", disse o escritor anglo-americano.

"O mesmo vale para os roteiristas. Como Hollywood está constantemente criando novas versões do mesmo filme, a inteligência artificial poderia ser usada para redigir roteiros", acrescentou.

O autor de "Os Versos Satânicos", no entanto, acredita que escritores não devem utilizar a IA, nem devem se preocupar com possíveis imitações.

Ele explicou que percebeu isso com um texto escrito pelo ChatGPT com a instrução "200 palavras no estilo de Salman Rushdie". "O resultado foi um monte de bobagens. Nenhum leitor que tivesse lido uma única página minha poderia pensar que eu era o autor. Bastante tranquilizador", avaliou.

"O sistema se contenta em assimilar enormes quantidades de texto e apresentar uma nova versão. Nenhuma originalidade pode ser encontrada. Também parece carecer completamente de senso de humor. São grandes lacunas."

Rushdie vive desde 1989 sob ameaça de morte depois que o Irã emitiu uma "fatwa", ou édito religioso, contra ele por seu livro "Os Versos Satânicos", considerado uma blasfêmia por Teerã.

Em agosto de 2022, um americano de origem libanesa, suspeito de simpatizar com o Irã, esfaqueou Rushdie durante uma conferência literária em Chautauqua, perto de Nova York. O escritor ficou gravemente ferido e perdeu a visão de um olho.

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