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Petrobras sobe 4% e impulsiona Bolsa brasileira; dólar cai mais de 1% após Fed

Queda da moeda americana ocorre após BC dos EUA sinalizar ritmo gradual de altas no país

Petrobras sobe 4% com impulso de alta dos preços do petróleo - REUTERS

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São Paulo

A Bolsa brasileira subiu nesta quarta-feira (21) ajudada pela valorização de cerca de 4% das ações da Petrobras, em dia de alta de preços do petróleo no exterior. Já o dólar teve queda de mais de 1% após o banco central americano sinalizar aumentos graduais de juros nos Estados Unidos.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, avançou 0,97%, para 84.976 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 11,190 bilhões.

O dólar comercial teve queda de 1,20%, para R$ 3,269. O dólar à vista recuou 0,56%, para R$ 3,282.

A confirmação da alta dos juros nos Estados Unidos, a primeira do ano, ajudou os mercados acionários nesta sessão. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou em 0,25 ponto percentual a taxa de juros, para a faixa entre 1,5% e 1,75% ao ano.

A decisão, unânime, se baseia em um cenário de fortalecimento do mercado de trabalho e inflação ainda abaixo da meta do Fed, de 2% ao ano. O comunicado divulgado após o aumento, porém, foi considerado conservador, avalia Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.

"Houve uma leve mudança em relação à ata de janeiro, em que o Fed falava de crescimento sólido da economia tomando como base dados de dezembro. Agora, o Fed fala de ritmo moderado de crescimento da atividade", diz. 

"Há uma divergência entre os membros em relação a quantas altas o Fed fará neste ano, se duas ou três mais", ressalta Suzaki.

A mediana das expectativas dos membros do Fed indica três altas neste ano. "Então, enquanto a política se torna ligeiramente mais restritiva em 2020, com o pico de juro a 3,375%, o ritmo de altas permanece gradual, particularmente no curto prazo", avalia, em relatório, o Bank of America Merrill Lynch.

"Na nossa visão, isso significa que o Fed não está buscando sufocar a recuperação e está confortável com a inflação acima da meta por um período de tempo, enfatizando a simetria da meta. Isso é consistente com nosso cenáriao-base para o Fed de aumentar três vezes neste ano e no próximo, com uma gradual movimentação de alta nas estimativas no longo prazo", indica o banco.

Além da decisão de política monetária do Fed, que ocorreu enquanto os mercados ainda operavam, os investidores aguardavam a 12ª redução de juros no Brasil, confirmada também nesta quarta. A Selic recuou para 6,5% ao ano.

No comunicado após a decisão, unânime, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) deixou aberta a possibilidade de um novo corte de 0,25 ponto percentual na Selic. A queda de juros tende a atrair para a Bolsa dinheiro de investidores insatisfeitos com a baixa rentabilidade da renda fixa.

No radar político, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) marcou para a próxima segunda-feira (26), às 13h30, o julgamento dos embargos de declaração do ex-presidente Lula. "Pode colocar uma pá de cal na candidatura do Lula, com a possibilidade de ele ser preso. Essa conjuntura e a decisão do Fed acabam elevando o apetite dos investidores por risco", diz Suzaki, da Lerosa.

AÇÕES

Das 64 ações do Ibovespa, 23 caíram, 39 subiram e duas fecharam estáveis.

A CSN liderou as altas, com avanço de 5,46%. Outras siderúrgicas também subiram, após a notícia de que os Estados Unidos teriam suspendido as sobretaxas de aço e alumínio no Brasil para negociar. O governo americano, porém, ainda não enviou nenhum comunicado oficial à embaixada do Brasil em Washington.

A Usiminas subiu 2,47%. A Gerdau avançou 1,52%, e a Metalúrgica Gerdau teve alta de 0,94%.

As ações ordinárias da Eletrobras lideraram as baixas do Ibovespa, com queda de 3,16%. As ordinárias tiveram baixa de 2%, após uma falha na linha de transmissão da usina de Belo Monte, no Pará, interromper o fornecimento de energia em estados das regiões Norte e Nordeste. A Smiles caiu 2,98%, e a Cielo perdeu 2,96%.

As ações da Petrobras subiram cerca de 4%, acompanhando a valorização dos preços do petróleo, que atingiram os maiores patamares em seis semanas, após uma queda inesperada nos estoques dos Estados Unidos e em meio a preocupações sobre interrupções de fornecimento no Oriente Médio.

Os papéis preferenciais da estatal subiram 4,21%, para R$ 22,05. As ações ordinárias se valorizaram 3,80%, para R$ 23,76.

A mineradora Vale subiu 2,16%, para R$ 42,50.

No setor financeiro, os papéis do Itaú Unibanco caíram 0,40%. As ações preferenciais do Bradesco se valorizaram 0,50%, e as ordinárias subiram 0,91%. O Banco do Brasil teve avanço de 1,66%, e as units —conjunto de ações do Santander Brasil recuaram 0,69%.

CÂMBIO

A moeda americana perdeu força ante 21 das 31 principais divisas mundiais.

O Banco Central vendeu os 14 mil contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), para rolagem dos contratos com vencimento em abril. Até agora, já rolou US$ 5,6 bilhões dos US$ 9,029 bilhões que vencem no próximo mês.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) teve queda de 0,38%, para 160,5 pontos. 

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados caíram. O DI para abril deste ano caiu de 6,469% para 6,437%. O DI para janeiro de 2019 recuou de 6,465% para 6,455%.

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