CVM cobra explicações da Petrobras sobre recuo no reajuste do diesel
Autarquia apura se haveria necessidade de divulgação de fato relevante, já que estatal não avisou o mercado
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A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) está cobrando da Petrobras explicações sobre a notícia de recuo no reajuste de 5,7% do preço do diesel anunciado nesta quinta (11). Realizada a pedido do governo, a suspensão do aumento derrubou as ações da estatal no pregão desta sexta (12).
A autarquia responsável pela fiscalização do mercado financeiro pediu uma posição da estatal sobre as notícias divulgadas na mídia, para entender se haveria a necessidade de divulgação de fato relevante. O recuo não foi comunicado ao mercado.
O aumento foi publicado no site da estatal no início da tarde —desde que implantou a atual política de preços, em 2017, a empresa não faz mais divulgação de reajustes por comunicados ao mercado ou à imprensa. À noite, a página foi alterada, com a substituição do novo preço pelo valor praticado desde o dia 22 de março.
A suspensão do reajuste foi decidida no fim da tarde, após pedido do presidente Jair Bolsonaro. A intervenção do governo na gestão da companhia foi o principal motivo da queda de cerca de 8% das ações nesta sexta, quando a empresa perdeu R$ 32,4 bilhões em valor de mercado.
Após questionamentos da imprensa, a companhia divulgou uma nota confirmando o recuo, na qual afirmava que a decisão foi tomada após análise de que "há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste do diesel". Questionada se houve pedido do governo, a Petrobras negou.
Nesta sexta (12), Bolsonaro confirmou que pediu a suspensão do reajuste e disse que convocou executivos da Petrobras para explicar como funciona a formação de preços dos combustíveis no país. "Nós queremos um preço justo para o óleo diesel", afirmou o presidente.
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