Citi reduz previsão de crescimento do PIB em 2019 para 1,4%
Estimativa de desempenho da economia vive onda de revisões; Itaú passou a antever 1,3%
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O Citi Brasil aderiu à onda de revisões feitas por instituições financeiras nas últimas semanas e rebaixou sua estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano, diante da decepção com os dados do primeiro trimestre.
A instituição espera agora que o PIB (Produto Interno Bruto) aumente 1,4% em 2019, ante elevação de 1,8% da previsão de abril, já abaixo dos 2,2% estimados anteriormente.
No mês passado, o Itaú Unibanco havia revisado para baixo a expectativa de crescimento econômico em 2019 de 2% para 1,3%.
A mais recente pesquisa Focus, feita pelo BC com analistas de mercado, estima uma alta de 1,7% para o PIB neste ano. Há 12 meses, as projeções estavam em 3%.
O Citi diz que as duas quedas do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) em janeiro e fevereiro aumentaram significativamente os riscos de uma contração do PIB no primeiro trimestre. Mas o cenário-base ainda é de expansão tépida do PIB, de apenas 0,1% sobre os últimos três meses de 2018.
"Para 2020, estamos mantendo nossa estimativa de 2% de alta do PIB, mas os riscos para baixo estão aumentando", disse em nota nesta quinta-feira (2) o economista-chefe do Citi no Brasil, Leonardo Porto.
O crescimento mais fraco implica aumento nas estimativas para a taxa de desemprego. Porto vê taxas médias de desocupação em 11,5% em 2019 (11,4% antes) e de 10,1% em 2020 (10% antes).
Mesmo com cenário de economia mais fraca e desemprego mais elevado, o Citi manteve o prognóstico de alta do IPCA em 3,8% neste ano (abaixo do centro da meta, de 4,25%). A explicação passa por choques de oferta de curto prazo e pela volatilidade cambial maior que a esperada.
O Citi prevê dólar a R$ 3,76 ao fim de 2019 e de R$ 3,67 ao término de 2020.
Crescimento mais fraco e inflação abaixo da meta, contudo, não são suficientes para respaldar mais estímulo monetário neste momento, devido à maior incerteza política.
Quatro fatores restringem a retomada de queda de juros pelo Copom, na visão do Citi: atual comunicação, um novo colegiado tentando estabelecer credibilidade, espaço relativamente limitado para queda da Selic e incerteza sobre o eventual impacto fiscal de uma reforma da Previdência.
Porém, o Citi não descarta a possibilidade de corte do juros e vê 30% de chance desse cenário, mas ainda tem como estimativa oficial Selic estável até pelo menos o quarto trimestre de 2020.
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