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BC diz que governo prepara medidas para redução de spread bancário

Presidente do BC citou dados do Banco Mundial sobre as dificuldades de recuperação de crédito no Brasil em relação a outros países

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São Paulo

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (8) que a instituição trabalha em iniciativas para reduzir o spread bancário e, consequentemente, o custo do dinheiro para consumidores e empresas.

Campos Neto também voltou a falar nas medidas em estudo para incentivar o crédito imobiliário e o financiamento em infraestrutura por meio de proteção cambial para investidores de longo prazo.
 

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto - Raphael Ribeiro-13.mar.2019/BCB

Sobre o spread bancário, citou a regulamentação do Cadastro Positivo e da Empresa Simples de Crédito como fatores que podem contribuir para a redução dos juros bancários, mas que outras medidas estão em estudo no governo.

Ele apresentou dados que mostram o indicador de custo de crédito do BC em cerca de 30% ao ano para uma taxa básica de 6% ao ano.

“O custo não é satisfatório, tem de cair mais. Devem sair algumas medidas em breve sobre esse tema específico”, afirmou o presidente do BC em evento organizado pelo Banco BTG

Campos Neto citou dados do Banco Mundial sobre as dificuldades de recuperação de crédito no Brasil em relação a outros emergentes e afirmou ser necessário organizar melhor a questão da retomada de garantias.

Disse ainda que esses problemas afetam principalmente os mais pobres. Segundo ele, a maioria das pessoas que estão no cheque especial ganha até dois salários mínimos e tem até o ensino médio. Os dados fazem parte do Relatório de Economia Bancária do BC, divulgado anualmente.

“Porque é tão regressivo? Uma hipótese é o custo de capital. Quando disponibilizo um limite grande para quem não usa, tenho de cobrar juros. Essas pessoas estão pagando pelo luxo dos que têm limite e nunca usam”, afirmou.

O presidente do BC também repetiu as afirmações do Copom (Comitê de Política Monetária) de que a conjuntura atual prescreve uma política monetária estimulativa e que há espaço para mais ajustes na taxa básica de juros.

Disse também que as expectativas de inflação estão bem ancoradas e que a frustração de expectativas com as reformas e o cenário externo continuam a ser um risco para a estabilidade monetária. O IBGE divulgou nesta quinta os dados da inflação de julho, que em julho registrou 0,19%, a menor variação para o mês em cinco anos.

Em relação ao setor externo, afirmou que o cenário é de revisão para baixo no crescimento global, principalmente por causa da tensão comercial entre EUA e China, acompanhado por um movimento de redução das taxas de juros nos países desenvolvidos e emergentes.

Segundo ele, o Brasil está bem preparado para esse cenário, pois tem um bom volume de reservas em moeda estrangeira, tem feito um bom trabalho de política monetária e o BC goza de bastante credibilidade.

Sobre o processo de reformas econômicas, afirmou que a agenda não para na questão da Previdência e inclui também o projeto de autonomia do BC. “Estamos perto de colocar esse processo em marcha.”

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