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Organizações civis se manifestam em defesa da criptografia no Facebook

Entidades reagem a pedido de reguladores para que Zuckerberg interrompa criptografia de ponta a ponta no Messenger

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São Paulo

Desde que reguladores de Estados Unidos, Reino Unido e Austrália enviaram uma carta a Mark Zuckerberg, no início do mês, solicitando que ele interrompa o plano de implementar a criptografia de ponta a ponta no Messenger (bate-papo da rede social), organizações tradicionalmente críticas à empresa têm se levantado em sua defesa.

Entidades civis ligadas a direitos e privacidade na internet pedem que o Facebook mantenha a ideia de reforçar a segurança no aplicativo.

Presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, fala durante evento em San Jose, California - Josh Edelson - 1.mai.18/AFP

Na última semana, o documento recebeu uma série de assinaturas, que passam de cem. A recomendação é que Zuckerberg não ceda à pressão de procuradores e do FBI (a polícia federal dos EUA).

Na criptografia de ponta a ponta apenas o emissor e o receptor da mensagem conseguem visualizar o conteúdo (só quem está na ponta). 

Autoridades judiciais alegam que a camada extra de segurança vai dificultar investigações criminais, como casos de pornografia infantil. 

A discussão é antiga: criptografia versus polícia. A nova roupagem está no alvo Facebook, maior agente do mercado de mensagens do Ocidente. 

Dona do WhatsApp, que tem o recurso desde 2016, a empresa enfrentou problemas do tipo no Brasil, onde o aplicativo foi bloqueado pela Justiça quatro vezes por não fornecer dados. A principal justificativa era o sistema de criptografia. 

Para autoridades americanas, o risco é o Facebook se eximir da responsabilidade de reportar atos ilícitos ao defender que não pode ler mensagens privadas.

Já para organizações ligadas à privacidade, “cada dia que plataformas não apoiam segurança de ponta a ponta é mais um dia que dados podem ser violados, manipulados ou obtidos por entidades poderosas para explorá-los”.

O Facebook diz que ainda não adotou o recurso e que mantém debates com especialistas para mitigar riscos.

A EFF (Fundação Fronteira Eletrônica, na sigla em inglês), conhecida pela crítica feroz ao modelo de negócios das big techs, afirma que uma brecha a EUA, Austrália e Reino Unido pode pressionar o Facebook a dar o mesmo acesso a regimes autoritários para espionar dissidentes.

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