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iPad chega aos 10 anos e foca produtividade para aumentar vendas

Apple aposta em uso profissional para a segunda década do tablet

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São Paulo

“O que nós faremos é colocar um ótimo computador em um livro que você pode levar por aí e que você possa aprender a usar em 12 minutos. É o que faremos, e faremos nesta década”, disse um jovem Steve Jobs, em uma conferência em Aspen (Colorado), nos Estados Unidos, em 1983.

Gravada em uma fita cassete, a palestra —assustadoramente profética—, na qual Jobs ainda prevê o Google Street View, a tecnologia wireless e as lojas de aplicativo, foi recuperada em 2012 pelo consultor de tecnologia Marcel Brown.

A Apple precisou de quase 30 anos para atingir a meta. Em 27 de janeiro de 2010, há dez anos, o mesmo Steve Jobs apresentou ao mundo o iPad, um computador potente, sem fios, do tamanho de um livro, cujos aplicativos poderiam ser baixados em uma loja online.

No primeiro dia de vendas, a Apple afirma ter vendido mais de 300 mil unidades. O número chegaria a 3 milhões em menos de três meses. 

A terceira geração atingiu 1,5 milhão de unidades vendidas na primeira semana, em março de 2012. O lançamento da versão Air, junto com a quarta geração do iPad, em novembro do mesmo ano, bateria a marca dos 3 milhões para o mesmo período, segundo números divulgados pela empresa.

Mas, apesar dos recordes e de se manter na liderança do mercado de tablets desde o seu lançamento, as vendas de iPads têm caído há seis anos.

Em 2014, foram 71 milhões de unidades vendidas. Em 2018, último ano em que a empresa divulgou faturamento por unidades, foram 43,5 milhões.

Segundo dados da consultoria TrendForce, após alcançar um pico de 192 milhões de unidades vendidas, em 2014, o mercado global de tablets começou a declinar até atingir 145,5 milhões, em 2018. A expectativa da consultoria é que 2019 feche com 139,6 milhões.

 Segundo Eric Smith, diretor de dispositivos conectados da consultoria Strategy Analytics, de Boston, nos Estados Unidos, o mercado está estabilizando e se espera um pequeno crescimento nos próximos anos.

“A longo prazo, a expectativa é que o Google funda suas plataformas do Chrome e Android em uma única, otimizada para produtividade. Os maiores competidores do mercado, como Huawei, Samsung e Lenovo, estão fazendo movimentos nesse sentido agora, tablets com potência para uso profissional.”

Segundo ele, a liderança da Apple no mercado de tablets só foi ameaçada justamente quando a Microsoft lançou o Surface 3 Pro, em 2012, um 2 em 1 (laptop com teclado destacável) com potência de ultrabook, focado para uso profissional.

A Apple respondeu com o iPad Pro, em 2015, que se integrava com caneta e teclado.

Os novos modelos consolidam o posicionamento da marca com o iPad não só como um computador casual mas como ferramenta. Todas as linhas agora se integram com teclados bluetooth e com o Apple Pencil.

O então presidente-executivo da Apple, Steve Jobs, durante o evento de lançamento do iPad, em janeiro de 2010 - Ryan Anson - 27.jan.10/AFP

“Ao adicionar teclado e criar um sistema operacional próprio para iPads, a Apple se posiciona muito bem em comparação ao Windows e Android, provendo uso casual e profissional de uma maneira que nenhum outro ecossistema é capaz”, diz Smith.

Com um valor mais alto do que o resto da linha —de R$ 6.799 a R$ 13.999, no Brasil—, as vendas da versão Pro já impactam na receita da maçã. Nos primeiros três trimestres de 2019, foram US$ 14,5 bilhões com vendas de iPads.

A companhia divulga o balanço do último trimestre nesta terça-feira (28).

A versão atual do iPad, hoje com 10,2 polegadas, custa de R$ 2.999 a R$ 4.899 no Brasil.

A do iPad Air, de 10,5 polegadas, vai de R$ 4.499 a R$ 6.799, e a do iPad mini, que tem tela de 7,9 polegadas, vai de R$ 3.499 a R$ 5.799.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do escrito em versão anterior deste texto, em 2014 foram vendidos 192 milhões de tablets no mundo e, em 2018, 145,5 milhões.
 

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