Norte da Itália reduz poluição depois de isolamento causado pelo coronavírus
Satélite mostra diminuição de mancha; China também registrou redução após restrições de viagens e quarentena
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A poluição do ar sobre o norte da Itália se reduziu depois que o governo adotou medidas nacionais de isolamento para combater o coronavírus, de acordo com imagens registradas por um satélite na sexta-feira, em um novo exemplo do impacto potencial da pandemia sobre as emissões.
A China, onde o surto começou, registrou uma redução acentuada da poluição depois que o governo impôs restrições de viagens e quarentenas, e os dados da Itália, que foi atingida severamente pelo vírus semanas mais tarde, apontam para um padrão semelhante.
A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) anunciou ter observado um declínio especialmente acentuado das emissões de dióxido de nitrogênio, um gás nocivo emitido por usinas de energia, carros e fábricas, na região do vale do rio Po, no norte da Itália.
”Embora ligeiras variações nos dados sejam possíveis em função de diferenças na cobertura de nuvens e de mudanças na meteorologia, estamos muito confiantes em que a redução constatada nas emissões coincide com a redução no tráfego e nas atividades industriais que as medidas de isolamento trouxeram na Itália”, afirmou Claus Zehner, o administrador das emissões do satélite Copernicus Sentinel P5 da ESA, em comunicado.
A ESA divulgou uma animação que mostra de que forma as emissões de dióxido de nitrogênio flutuaram, na Europa, entre os dias 1º de janeiro e 11 de março, recorrendo a uma média móvel de emissões para períodos de 10 dias que demonstra claramente uma queda no nível de poluição do norte da Itália.
A Itália foi o país mais prejudicado pelo surto do coronavírus na Europa, com mais de 15,1 mil casos confirmados e mais de mil mortes, e o governo do país impôs os mais severos controles já adotados por uma nação ocidental desde a Segunda Guerra Mundial.
Pesquisadores que estudam o impacto das emissões da indústria e dos sistemas de transporte sobre a mudança no clima e sobre a saúde humana estão se esforçando para compreender as possíveis implicações da pandemia, à medida que economias se desaceleram, voos são cancelados e quarentenas são adotadas.
O Centro de Pesquisa da Energia e Ar Limpo da Finlândia afirma que, na China, as emissões de dióxido de carbono caíram em 25%, ou cerca de 200 milhões de toneladas, nas quatro semanas até 1º de março —cerca de metade da quantidade de emissões que o Reino Unido gera anualmente.
Dados obtidos por satélites também apontam para redução acentuada nas emissões de dióxido de nitrogênio da China, começando em Wuhan e se espalhando por outras cidades, entre as quais a capital, Pequim, perceptível ao longo de uma quinzena na metade de fevereiro.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou na sexta-feira (13) que a Europa tinha se tornado o epicentro da pandemia, que já custou mais de cinco mil vidas em todos o mundo.
Tradução de Paulo Migliacci
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