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Atraso da vacinação nas maiores economias da América Latina adia retomada, diz jornal francês

Diante de recessões, não se espera um retorno aos níveis pré-crise antes de 2023, avalia o Les Echos

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RFI

O jornal francês Les Echos analisa nesta sexta-feira (26) as campanhas de vacinação contra a Covid-19 na América Latina, região do mundo mais afetada economicamente pela pandemia. Na avaliação do jornal, a lentidão e as desigualdades de um país a outro são tão expressivas que devem comprometer a retomada econômica.

A contração do PIB (Produto Interno Bruto) na América Latina atingiu 6,9% em 2020, com quedas de 8% no México, 4% no Brasil e 10% na Argentina, segundo projeções da empresa de consultoria Capital Economics. Diante de recessões dessa amplitude, não se espera um retorno aos níveis pré-crise antes de 2023. O jornal ressalta que, para este ano, ainda resta confirmar se as taxas de crescimento previstas para México (6%), Brasil (3,3%) e Argentina (6,5%) vão se concretizar.

O motivo da desconfiança, segundo o Les Echos, é que a América Latina está ameaçada por outro fenômeno: o atraso acumulado nas campanhas de vacinação, fator que acaba pesando no retomada econômica do continente. As vendas do varejo no Brasil despencaram em dezembro (6,1% após 0,1% em novembro e crescimento de 0,8% em outubro), enquanto o México teve que se contentar com um crescimento de 3,1% no quarto trimestre de 2020, após uma expansão de 12,1% nos três meses anteriores.

Entre conflitos políticos e atrasos nas entregas, as campanhas de vacinação tiveram um início caótico na região. Enquanto o Brasil começou a aplicar suas primeiras injeções no final de janeiro, a Colômbia acaba de iniciar sua campanha. A Argentina também está para trás. Só o Chile avança num ritmo adequado.

"Países mais pobres do Caribe e da América Central terão de aguardar semanas ou meses para receber as primeiras doses", destaca o jornal francês. E mesmo para os mais avançados, o ritmo tem sido muito lento. Pelos cálculos do Les Echos, na cadência atual o Brasil levaria 2,5 anos para vacinar 75% de sua população, o México, 3,6 anos e a Argentina, mais de dez anos. Em comparação, os Estados Unidos devem chegar à imunização de 75% dos americanos antes do final do ano.

Vacinas: um bem global?

Os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do México, Andrés Manuel López Obrador, disseram na quarta-feira (24) que é preciso que a América Latina "alcance a autossuficiência na produção de vacinas", para que nenhum país da região seja excluído.

“A pandemia sublinhou a importância de manter a América Latina e o Caribe fortes e unidos, para que nenhum país seja excluído do acesso universal, justo, equitativo e oportuno a medicamentos, vacinas e equipamentos médicos”, afirmaram os dois dirigentes num comunicado conjunto.

A Cidade do México e Buenos Aires estão trabalhando com a AstraZeneca para a produção de cerca de 200 milhões de doses da vacina desenvolvida com a Universidade de Oxford. A Argentina é responsável pela produção da substância ativa e o México, pelas embalagens.

Na reunião de ministros das Finanças do G20, nesta sexta, a Argentina vai defender que os imunizantes contra a Covid-19 sejam declarados um bem global, livre de patentes, para que possam ser produzidos livremente no mundo e não sejam direcionados apenas para os países ricos.

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