Startups em setores afetados pela Covid-19 criam novos negócios para sobreviver
Companhias ampliam foco em cursos online e adicionam novos serviços
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Mesmo após incertezas, fechamento de escritórios, demissões e afastamento de profissionais, algumas das startups que exploram mercados atingidos em cheio pela pandemia conseguiram criar novas fontes de receita e se recuperar durante a crise.
Riq Lima, sócio da startup Worldpackers, pela qual viajantes podem trocar hospedagem por trabalho, conta que a pandemia o fez ter o dia mais difícil de sua carreira como empresário. Ao ver que as reservas em seu serviço de viagens estavam sendo canceladas em massa no início de 2020, a startup demitiu 15 dos seus 40 funcionários de uma vez.
Um ano depois, o mercado de viagens ainda sofre, mas a empresa recuperou 80% do resultado que tinha antes do surgimento da Covid-19.
As vendas da empresa vêm em parte de viagens em países da Europa e nos Estados Unidos, onde se vê melhora nos índices de contaminação com o avanço da vacina, e principalmente da nova linha de negócios que a companhia deslanchou na pandemia, de cursos para viajantes.
Lima conta que a empresa colocou no ar mais de 800 aulas feitas por influenciadores do mercado de turismo. São conteúdos que ensinam, por exemplo, a viajar gastando pouco e a ganhar dinheiro com turismo. Para o futuro, a empresa também deverá ter conteúdo sobre aprendizado de idiomas e saúde mental.
Priscila Siqueira, vice-presidente do Gympass –conhecido por oferecer planos para uso de rede de academias por funcionários de empresas clientes–, criou um comitê para controle de despesas e outro para descobrir novas fontes de receita quando a pandemia fechou os espaços de treino.
A companhia passou a priorizar trazer mais serviços para o aplicativo em áreas como nutrição, exercício físico e psicologia, ao mesmo tempo em que se aproximou de academias para viabilizar aulas online.
No início, a empresa recebeu muitas ligações de empresas querendo cancelar o benefício de academia aos funcionários. Parte dos pedidos foi revertida quando o Gympass apresentou uma proposta de benefício digital e, ao longo do ano, o número de clientes aumentou, afirma Siqueira.
Tereza Santos, diretora de serviços da Sympla, de compra de ingressos online, afirma que a empresa entrou na pandemia com um negócio e saiu com três, em referência aos novos projetos apresentados na crise.
A startup tinha como principal mercado os eventos presenciais. Em abril de 2020, lançou uma plataforma para transmissão de eventos online e, em novembro, um serviço de vídeos gravados, mirando o mercado de cursos e palestras.
A empresa vem recuperando parte do que perdeu na crise. Santos diz que a startup tem cerca de 20 mil eventos cadastrados, ante os 32 mil de antes da pandemia.
O iFriend, de contratação de guias de viagem a partir da internet, conseguiu um novo investimento neste ano, de R$ 2 milhões, mesmo com a Covid-19 restringindo viagens.
Leonardo Brito, sócio da startup, diz que a receita do negócio chegou a cair 95% no início da pandemia. Foi preciso cancelar o contrato de escritório e demitir 5 dos 15 funcionários, afirma.
Brito diz que o período em que ninguém no setor estava vendendo foi aproveitado pela startup para fechar parcerias comerciais com agências de viagem, para que elas passassem a contratar guias da iFriend para seus clientes. Os acordos foram de 150 para 1.100, diz.
A startup também incentivou seus guias a criar tours virtuais, com filmagens e fotos dos destinos para serem acompanhados online.
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