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Bancos pedem adiamento do Pix Saque e Pix Troco ao Banco Central

Febraban quer que saque passe a valer em fevereiro de 2022 e troco seja adiado por prazo indefinido

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São Paulo

​Os bancos querem adiar a implementação do Pix Saque e do Pix Troco. O pedido foi feito pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) por meio de uma consulta pública implementada pelo Banco Central para tratar sobre o tema.

Em relatório enviado à consulta pública do BC, a federação pediu que o prazo final para a implementação do Pix Saque passasse para fevereiro de 2022. Também solicitou o adiamento do Pix Troco por um prazo indefinido.

Segundo o cronograma do Banco Central, a previsão é que os produtos estejam completamente implementados no terceiro trimestre deste ano.

Bancos pedem adiamento do Pix Saque para fevereiro de 2022 - Gabriel Cabral - 27.fev.2019/Folhapress

"Temos uma agenda regulatória muito intensa neste ano, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e, às vezes, até no mesmo ambiente dentro dos bancos", afirmou o diretor-executivo de inovação, produtos e serviços bancários da Febraban, Leandro Vilain.

Ele afirmou, ainda, que o adiamento da implementação dessas duas funcionalidades não afetaria o restante do cronograma do BC. "A gente vai ter que dar um jeito", disse.

Além das funcionalidades Pix que o Banco Central projeta implementar ao longo deste ano, há também o cronograma de implantação do open banking —cuja segunda fase começa em 15 de julho— e o registro de recebíveis, que começou a valer neste mês.

"Obviamente todas essas agendas são importantes, mas tem toda uma parte de planejamento, segurança e outras definições que precisam ser feitas. Existe todo um trabalho nos bastidores que não é tão simples de promover. E o Pix Saque não é uma demanda tão grande por parte do consumidor. Temos outras prioridades", disse Vilain.

A Febraban também pediu uma série de alterações nas medidas sugeridas pelo Banco Central. Dentre os pedidos, que inicialmente apenas estabelecimentos comerciais atuem como agentes de saque.

O BC havia definido que agentes de saque poderiam ser estabelecimentos comerciais ou outra espécie de entidade que viesse a estabelecer uma relação contratual com o participante do Pix para a prestação desses serviços.

“A sugestão [...] visa simplificar a implementação da funcionalidade, aproveitando maior semelhança na estrutura de custos e a capilaridade dos estabelecimentos. A inclusão de ‘outra espécie de entidade’ tornará o processo de implementação mais complexo e moroso e poderá trazer dificuldades para a definição da própria tarifa de intercâmbio reverso”, afirmou a Febraban em nota.

A federação também afirmou que a disponibilização do Pix Saque em outros canais, de outra espécie de entidade diversa do estabelecimento comercial —inclusive terminais de atendimento—, envolve desafios para a implantação e não considera os custos de distribuição de numerário e de manutenção desses terminais.

“Estabelecimentos comerciais e terminais de autoatendimento possuem processos e dinâmicas diferenciados, não sendo cabível tratá-los igualmente como agentes de saque”, disse em nota.

Os bancos também pedem que os participantes do Pix possam avaliar livremente em quais locais e estabelecimentos têm interesse na disponibilização do saque, de acordo com suas políticas de risco.

Sobre o Pix Troco, a Febraban pediu a exclusão total da funcionalidade da resolução, afirmando serem necessários estudos e aprofundamentos sobre o tema.

“Sugere-se a implantação faseada das funcionalidades, trazendo o Pix Troco após superada a implantação do Pix Saque e realizados estudos quanto sua viabilidade frente os desafios sistêmicos e operacionais que se apresentam”, afirmou a federação.

Ainda de acordo com a entidade, o adiamento da funcionalidade se justificaria pela complexidade de sua implantação, pelo atendimento de obrigações tributárias e contábeis, pelo fluxo de devolução e pela relevância do produto que, em um primeiro momento, será suprida com a utilização do Pix Saque.

“Deve-se adotar um modelo operacional de simples e mais ágil implementação, caso do Pix Saque. Os modelos de maior complexidade (Pix troco, terminais de autoatendimento e afins) impactam na tarifa de intercâmbio adequada para cada tipo de operação e necessitam de aprofundamento e estudo de suas particularidades e melhores critérios para sua aferição”, disse a Febraban em nota.

A tarifa de intercâmbio (também conhecida pelo mercado como TIR) é uma taxa paga ao emissor —neste caso, o participante do Pix— por cada transação e visa ressarcir o custo operacional e transacional dessa instituição.

Procurado, o BC afirmou apenas que está analisando todas as contribuições recebidas na consulta pública e que se manifestará em momento oportuno.

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