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Ministros europeus discutem situação energética, que chega a 'nível crítico'

Preços da eletricidade enfrentam disparada em diversos países do continente

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Bruxelas | AFP

Os ministros europeus da energia iniciaram nesta quarta-feira (22) uma reunião para discutir a crise do setor, em um contexto de fortes aumentos de preços e de advertências sobre “manipulação”.

Dando início à reunião em Ljubliana, Eslovênia, a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, garantiu que a Comissão Europeia estava acompanhando a situação e avaliando as “ferramentas” que tinha à sua disposição para conter a tendência.

Os preços da eletricidade estão subindo bruscamente há meses, por conta dos preços mundiais do gás natural, e registraram uma disparada em diversos países, especialmente a Espanha.

Linhas de transmissão de energia elétrica - Paulo Whitaker - 10.mai.2021/Reuters

“Discutiremos com os ministros como podemos abordar esse desafio. (...) A Comissão Europeia está monitorando a situação de perto e discutindo as ferramentas que temos à nossa disposição” para deter os aumentos, disse Simson antes da reunião de Ljubliana.

“É evidente que, na situação atual, a Europa precisa investir em energia renovável, porque isso realmente oferece uma alternativa à nossa dependência de combustíveis fósseis importados”, acrescentou a comissária europeia da Energia.

O ministro de Energia da Lituânia. Dainius Kreivys, disse que “a hora era crítica” para o setor, e que o momento requeria “uma importante cooperação em nível europeu para proteger nossos lares”.

Por sua vez, o ministro da Infraestrutura da Eslovênia, Jernej Vrtovec, disse que “o momento é crucial”.

“Esta é a primeira vez que os ministros europeus da energia e do transporte se reuniram em torno de uma mesma mesa”, ele afirmou, apontando que os preços crescentes da energia “não são bons para a nossa economia e para os nossos cidadãos”.

No mesmo dia, a secretária da Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, advertiu durante uma visita à Polônia sobre a “manipulação” dos preços do gás natural na Europa.

“Queremos que todos fiquem de olho na questão da manipulação dos preços do gás natural, seja por formação de estoques, seja por reduções de produção que não permitem prover abastecimento adequado”, acrescentou a funcionária do governo americano.

Atentos ao gás natural

No começo de setembro, um grupo de cerca de 40 integrantes do Parlamento Europeu enviou uma carta à Comissão Europeia na qual acusavam a companhia russa Gazprom exatamente de manipular os preços do gás natural em toda a Europa.

De acordo com a carta, a Rússia havia reduzido o fluxo de gás para a Europa via Ucrânia, a fim de forçar a Alemanha a aprovar ativação do gasoduto Nord Stream, 2, um projeto multimilionário a que os Estados Unidos se opõem com firmeza.

A consultoria econômica S&P Global afirmou uma semana atrás que os tanques de reserva da Gazprom na Europa tinham estoques muitos baixos, e avaliou que o plano seria repor essas reservas com o uso do Nord Stream 2 antes da chegada do inverno europeu.

A Espanha depende de forma especialmente pesada do gás natural para produzir eletricidade, em grau mais profundo do que vizinhos europeus como a França.

Mas a França tampouco está a salvo, já que, mesmo que a maior parte de sua produção de eletricidade venha de usinas nucleares, os preços de mercado acompanham os das matérias-primas (carvão e gás natural), que aumentaram consideravelmente.

Fora da União Europeia, a situação se agravou igualmente no Reino Unido, onde os preços da energia também passaram por uma disparada.

Tradução de Paulo Migliacci

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