Mundo dos tratores abre espaço para carro voador, robô e drones em feira agrícola

Equipamentos de última geração são lançados na Agrishow, em Ribeirão Preto, e disputam mercado com maquinário convencional para o campo

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Ribeirão Preto

Setor que outrora era predominantemente dominado por tratores, colheitadeiras e implementos, o agronegócio agora divide o espaço no campo também com equipamentos como drones, robôs e aviões agrícolas, mas até mesmo um carro voador estará exposto na Agrishow, principal referência em tecnologia agrícola no país.

A feira, sediada em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) é palco do lançamento neste ano de modelos de drones e exibirá, pela primeira vez, um exemplar de carro voador.

A multinacional brasileira Jacto entrou no segmento de drones e exige lançamentos na Agrishow, em Ribeirão Preto
A multinacional brasileira Jacto entrou no segmento de drones e exige lançamentos na Agrishow, em Ribeirão Preto - Divulgação

A Gohobby apresentará o eVTOL 216-S da fabricante chinesa EHang, popularmente conhecido como carro voador, que foi importado pela empresa no fim do ano passado. Além de voar, como o nome sugere, o modelo também tem como característica não precisar de piloto.

O modelo transporta até duas pessoas e bagagem de mão, com carga útil total de 220 quilos, alcance de 30 quilômetros e velocidade máxima de 130 quilômetros por hora. O piloto não voa na aeronave, que é controlada remotamente. O equipamento utiliza 12 baterias independentes e 16 motores.

Já a multinacional brasileira Jacto anunciou a entrada da empresa na produção de drones agrícolas, com equipamentos para pulverização, dispersão de fertilizantes, sementes, produtos microbiológicos e químicos, além de equipamento para produzir imagens aéreas.

O lançamento é fruto de uma parceria com a DJI, e a empresa afirmou que os drones se tornaram ferramentas importantes para a gestão agrícola.

Um dos equipamentos lançados, o drone de imageamento Mavic 3M, possui câmera para calcular índices vegetativos que indicam e medem a saúde das plantas, a regularidade do crescimento das lavouras e a densidade de plantas na região analisada. A Gohobby também atua com esse equipamento.

No ar também está o modelo que a EAVision lança na Agrishow: um drone que integra sistemas de pulverização, elevação de carga e mapeamento geográfico, com 60 litros de capacidade e que desvia de obstáculos em tempo real controlado por inteligência artificial.

Segundo a empresa, o equipamento –que tem condições de pulverizar até 24 hectares por hora– detecta de forma automática obstáculos que tenham a partir de um centímetro de diâmetro.

A feira em Ribeirão também foi escolhida pela Solinftec para anunciar os primeiros resultados com seu robô Solix, utilizado em lavouras e canaviais do país.
A empresa, que é especializada em soluções de inteligência artificial, lançou comercialmente o robô há um ano. Ele atua diretamente no campo e, por meio da inteligência artificial, monitora cada pedaço dos talhões, adaptando-se às condições encontradas.

Segundo a Solinftec, foi possível reduzir em mais de 90% o uso de herbicidas em fase de pós-emergência em lavouras de grãos e em 45% nas aplicações, na mesma situação, em canaviais, além de eliminar pragas."O sistema de reconhecimento por inteligência artificial do Solix permite que ele identifique, cheque e realize aplicações localizadas", disse o diretor de operações robóticas da empresa, Bruno Pavão.

COLAR EM BOIS

As novidades tecnológicas apresentadas na Agrishow deste ano incluem ainda a apresentação de um sistema de monitoramento de bovinos por meio de coleiras com geolocalização.

A Belgo Arames investiu R$ 1,5 milhão na Instabov para impulsionar o desenvolvimento do sistema. Por meio dela, é possível identificar comportamentos –como número de passos e deslocamento diário– e identificar mudanças de hábitos que possam representar problemas sanitários ou reprodutivos. O controle é feito via smartphone.

Segundo a Belgo, o sistema inclui uma antena instalada na propriedade, com alcance de 10 quilômetros, suficiente para abranger cerca de 31 mil hectares.

Ela capta os sinais digitais emitidos por coleiras colocados nos bovinos, com atualizações a cada dez minutos.
A expectativa da Belgo Arames é comercializar 20 mil colares no país neste ano e, em dois anos, a startup quer chegar a outros países sul-americanos, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

TRATORES

Embora os tratores hoje dividam espaço com os avanços tecnológicos que chegaram ao agronegócio, entre as 800 marcas expostas na feira agrícola estão dezenas de fabricantes de tratores.

Uma delas é a a chinesa YTO, pela primeira vez na Agrishow, junto com a BDG Máquinas. A fabricante apresentará de tratores compactos, com 24 cavalos de potência, a máquinas com 240 cavalos.

A aposta da empresa é brigar por um mercado de melhor custo-benefício na compra e baixo custo de manutenção.

Já a Agritech, pioneira no país ao produzir máquinas para a agricultura familiar, lança dois tratores na Agrishow, ambos de 75 cavalos, nas versões compacta e agrícola.

Ele é indicado, segundo a fabricante, para o preparo de solo, para atender pequenas e médias propriedades.
A Yanmar, multinacional japonesa, tem como destaque o lançamento do trator Solis 105, que marca a entrada da empresa no comércio de máquinas acima de 100 cavalos de potência.

A empresa afirma que o objetivo é fazer com que todos os produtores, independentemente do tamanho de sua propriedade, tenham acesso a equipamentos modernos e com alta performance.
A Colombo, que tem fábrica em Pindorama, no interior paulista, apresenta como destaque uma máquina multiculturas e também está expondo uma colhedora de feijão desenvolvida para o mercado norte-americano.

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