Siga a folha

Tripulação contaminada leva Azul a dobrar voos cancelados ou reprogramados

Total atingiu 10% das viagens nesta sexta, em relação aos 5% observados ontem

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

O percentual de voos cancelados ou reprogramados da Azul Linhas Aéreas dobrou de quinta (6) para esta sexta-feira (7), atingindo 10% do total, o equivalente a 90 voos diários. O motivo é a baixa da tripulação, contaminada por Covid-19.

Em nota, a aérea afirma que, "por razões operacionais", alguns de seus voos estão sendo reprogramados em janeiro. "A companhia registrou um aumento no número de dispensas médicas entre seus tripulantes –casos esses que, em sua totalidade, apresentaram um quadro com sintomas leves –e tem acompanhado o crescimento do número de casos de gripe e Covid-19 no Brasil e no mundo".

Segundo a Azul, os clientes impactados estão sendo reacomodados em outros voos e recebem toda a assistência, "conforme prevê a resolução 400 da Anac", diz a nota, referindo-se à norma Agência Nacional de Aviação Civil que trata dos direitos dos passageiros aéreos em situações como cancelamentos e reacomodações.

Avião da companhia aérea Azul: empresa atingiu liderança no setor entre dezembro de 2020 e novembro de 2021, com 33,6% de participação - Tony Winston / MS Divulgação

Já a Gol diz, também em nota, que "houve nos últimos dias um aumento dos casos positivos entre colaboradores, mas nenhum voo foi cancelado ou sofreu alteração significativa por este motivo". De acordo com a aérea, "os funcionários que apresentam resultado positivo estão sendo afastados das funções para se recuperarem em casa com segurança", diz a Gol, ressaltando que "100% dos colaboradores estão vacinados".

A Latam, por sua vez, afirma que "por enquanto, ainda não foi necessário alterar seus voos diante do aumento no número de casos de Covid e de influenza na população brasileira", mas que "segue atenta a este cenário, que está mudando rapidamente em virtude da variante ômicron".

Questionado pela Folha, o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) afirma não ter estatísticas de quantos profissionais do setor estão afastados por Covid-19. "Mas a partir dos relatos que recebemos, o problema está concentrado na Azul até o momento, porque foi a companhia aérea que está voando mais agora do que voava antes da pandemia", diz Ondino Dutra, presidente do SNA.

Os dados da Anac apontam um aumento significativo na demanda da Azul na comparação à das demais aéreas. De acordo com a agência, no intervalo entre dezembro de 2020 e novembro de 2021, a participação da empresa atingiu 33,6% em receita por passageiro por quilômetro (RPK, na sigla em inglês), uma alta de 6,8 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior (26,8%), o que levou a Azul à liderança do setor.

Considerando o mesmo intervalo, a participação da Latam caiu de 34,8% para 33,2% e, a da Gol, de 38% para 32,2%.

A Latam e a Gol ainda não estão operando com 100% da capacidade, mas a Azul sim, o que leva a companhia a remarcar ou cancelar voos diante da ausência de pessoal. "É preciso levar em conta que o treinamento de um piloto é algo mais demorado, que pode chegar a meses, enquanto o treinamento de um comissário de bordo leva algumas semanas", diz Dutra.

De acordo com o SNA, a Azul vem contratando comissários de bordo. Questionada, a empresa diz que está "com posições abertas".

O setor aéreo, um dos mais atingidos pela Covid-19, também foi um dos que mais demitiu. Só a Latam dispensou cerca de 30% do seu efetivo desde o início da pandemia, cerca de 6.000 funcionários. Mas, por conta da retomada, contratou cerca de 2.000 no segundo semestre do ano passado.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas