Siga a folha

Briga de anúncios no Google, peças de carro em falta e o que importa no mercado

Leia a edição da newsletter FolhaMercado desta quarta-feira (16)

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta quarta-feira (16). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo.


As disputas pelas palavras-chave no Google

A explosão do ecommerce no país tornou a busca por clientes na internet ainda mais concorrida e custosa.

No Google, o maior buscador do mundo, empresas têm adotado a prática de pagar mais para ficar no topo da página de pesquisa –mesmo que o nome de uma concorrente esteja na busca.

No comércio de rua, essa prática seria semelhante a uma empresa contratar alguém para oferecer panfletos de sua loja na frente da porta de uma rival.

Entenda: as empresas disputam o espaço privilegiado na página do buscador em uma espécie de leilão. Quem paga mais, leva, mesmo que a palavra-chave em disputa tenha o nome de uma concorrente da vencedora.

Como era de se esperar, a prática tem gerado questionamentos na Justiça. A imensa maioria das decisões é favorável às companhias que se sentiram prejudicadas.

Em números: na esteira da popularização do ecommerce, processos desse tipo aumentaram nos últimos anos. Em 2015, foram 26 decisões, enquanto no ano passado, 133, aponta levantamento da Juit.

Magalu x Via: uma das disputas judiciais em curso que mais chamam atenção envolve as duas varejistas. Ambas pagaram para aparecer na busca uma da outra com links patrocinados e agora trocam acusações de concorrência desleal.

Outro lado: o Google diz que o Google Ads é uma plataforma que permite que "empresas de todos os tamanhos" se conectem aos consumidores, em uma "prática comum e legítima de concorrência de mercado".


Carros: peças de reposição em falta e mais caras

A escassez e o encarecimento de insumos, que têm afetado a indústria automobilística desde 2020, não provocam apenas disparada nos preços dos carros novos e usados, mas também longas filas de espera para as peças de reposição.

O que explica: a alta procura inesperada e os nós logísticos a nível global como efeitos da pandemia atrasaram a entrega de carros zero quilômetro, deslocando parte da demanda para os usados.

  • Como os carros antigos costumam necessitar de mais manutenção, as peças de reposição são mais requisitadas.
  • Além de ter que esperar até meses para consertar o carro, os consumidores também pagaram mais caro, já que os preços de insumos como aço e petróleo, por exemplo, dispararam.
Concessionária de carros usados na avenida Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello, em São Paulo - Fabiano Vito -15.fev.22/Folhapress

Em números: mesmo com os desafios de fornecimento, as vendas dos fabricantes de componentes para reposição chegaram a R$ 32,3 bilhões na estimativa de uma associação do setor. Seria um avanço de 30% em relação a 2021.

As negociações de carros usados subiram 18,8% em 2021 na comparação com o ano anterior.

Deve continuar: os agentes do setor apontam que o desequilíbrio entre oferta e demanda pelas peças deve seguir em 2022.

Mais sobre carros:

Início negativo: o mês de janeiro deste ano registrou uma forte queda na produção de veículos leves e pesados no país. O combo de falta de peças, férias coletivas, afastamentos pela variante ômicron e mudanças na legislação contribuiu para o resultado negativo da indústria automotiva.

Mirando 2023, as montadoras anunciaram nos últimos três meses investimentos no país que somam R$ 20,9 bilhões.


Caminho aberto para privatização da Eletrobras

O processo de privatização da Eletrobras cumpriu mais um passo importante nesta terça-feira (15), quando o TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou a primeira etapa para a venda da companhia.

O julgamento foi acompanhado de perto pelo mercado O motivo era um voto divergente que poderia atrapalhar os planos de privatização.

Entenda: o ministro Vital do Rêgo defendeu que seria necessário refazer os cálculos da desestatização e afirmou que ela deveria custar R$ 130,4 bilhões, o dobro dos R$ 67 bilhões projetados pelo governo.

  • Ele argumentou que seria necessário incorporar no cálculo a capacidade de entrega rápida de energia (potência) das hidrelétricas da Eletrobras e outros fatores que poderiam encarecer a conta de luz dos consumidores.
  • O governo afirma que não há como precificar essa capacidade. Todos os outros ministros seguiram o voto do relator e rejeitaram a determinação proposta pelo voto divergente.
Logotipo da Eletrobras exibido em uma tela no piso da Bolsa de Valores de Nova York, em abril de 2019 - Reuters - Brendan McDermid/Reuters

Próximos passos:

  • No dia 22 de fevereiro está convocada a assembleia geral extraordinária de acionistas da Eletrobras para deliberar sobre a capitalização da companhia.
  • A modelagem da operação –que precisará de novo aval do TCU– e a oferta de ações devem ser feitas até o dia 13 de maio.
  • Na privatização, a Eletrobras irá emitir ações ordinárias (com direito a voto) para diluir a participação da União - que passará a ser minoritária - na empresa.

Em números: dos R$ 67 bilhões de outorga calculados pelo governo, R$ 25,3 bilhões irão para os cofres do Tesouro. Os R$ 32 bilhões restantes irão para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), usada para reduzir a tarifa aos consumidores sempre que há ganhos no sistema.


Putin move tropas e acalma mercados

O anúncio da Rússia de retirada de parte das tropas que estavam próximas das fronteiras com a Ucrânia aliviou os mercados nesta terça.

As Bolsas subiram mundo afora, e as cotações do petróleo, que vinham em alta com o temor de uma invasão e de suas consequências, esfriaram e estavam em queda de mais de 3%, beirando os US$ 93 (R$ 483) na noite de terça.

Entenda: os mercados estão muito voláteis com a crise na Ucrânia. Além das incertezas que rondam naturalmente um episódio como esse, uma eventual invasão russa seria respondida com sanções.

O país liderado por Putin é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, e punições diminuiriam a oferta global da commodity, o que pressionaria a inflação nos países e provocaria aumento de juros para controlá-la.

Tanques do Exército da Rússia retornam às bases em região de localização não especificada - Ministério da Defesa da Rússia - 15.fev.22/Reuters

Nas Bolsas: o Ibovespa acompanhou o bom humor externo desta terça e seguiu sua tendência de alta, subindo 0,82%, a 114.828 pontos. O dólar recuou 0,72%, a R$ 5,181, na menor cotação desde setembro.

  • Em dia de queda das commodities –além do petróleo, o minério de ferro desabou quase 10% após pressões chinesas–, o setor bancário foi quem sustentou a alta do Ibovespa.
  • Destaque para o Banco do Brasil, cujos papéis subiram 4,74% após a instituição divulgar um lucro recorde de R$ 21 bilhões em 2021.
  • Ao todo, os quatro maiores bancos da Bolsa brasileira reportaram um lucro líquido consolidado de R$ 81,632 bilhões em 2021, na esteira da retomada das atividades no ano passado.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas