Gargalos na indústria têxtil, seca prejudica soja e o que importa no mercado
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Gargalos na indústria têxtil
Assim como diversos outros setores da indústria brasileira, a produção têxtil ainda é afetada pelos efeitos dos gargalos na cadeia de suprimentos que surgiram durante a pandemia.
Entenda: além de aumentarem os custos, os obstáculos têm atrasado as entregas de fornecedores e inclusive gerado dificuldade para comprar corantes. Com menor capacidade de armazenamento e negociação, as pequenas do setor acabam sofrendo mais.
O que explica: a Folha já mostrou como o custo e a fila de espera para o frete marítimo têm complicado a vida de diversos segmentos da indústria.
Além disso, regras chinesas para produtos considerados poluentes também afetam especificamente o setor têxtil ao obrigarem a paralisação de produção de fábricas.
Em números: o preço do algodão é mais um fator de pressão. Em 11 de fevereiro, a libra-pluma custava R$ 7,02 nas negociações com prazo de oito dias para pagamento. Um ano antes, custava R$ 4,74, e em 2020, R$ 2,85.
A alta do algodão fez com que o custo da fiação passasse de 50% do custo, em média, para cerca de 70%.
Seca pressiona preços da soja
Com a seca ameaçando as plantações, as consultorias passaram a reduzir as estimativas da produção de soja, o que ajuda a pressionar os preços da oleaginosa, mostra a coluna Vaivém das Commodities.
Em números: após a previsão inicial 145 milhões de toneladas para a safra 2021/2022, algumas projeções já consideram uma produção de 122 milhões de toneladas para o período.
A estiagem afeta também outros países da América do Sul, e as estimativas para as safras argentina e paraguaia também foram reduzidas.
Por que importa: além de ter papel importante nas exportações brasileiras, a soja também é usada na ração dos animais, sendo fator importante nos preços das carnes. Os derivados da oleaginosa, como o óleo de cozinha, também devem ficar mais caros.
- Os alimentos foram os vilões da inflação de janeiro, mês marcado por chuvas fortes em Minas Gerais e Bahia e pela seca na região Sul, que afetou principalmente soja e milho.
- Nas últimas duas safras brasileiras, as mudanças climáticas forçaram uma redução de produção de 41 milhões de toneladas de grãos.
Mais sobre agro:
A pecuária viveu cenário de contradição em 2021. Enquanto o setor teve o menor número de bovinos abatidos nos últimos 17 anos, registrou um recorde de produtividade por animal.
Commodities e crise ucraniana derrubam Bolsa
A Bolsa brasileira interrompeu nesta quinta (17) sua sequência de sete altas seguidas e recuou 1,43%, a 113.528 pontos, afetada pelo noticiário estrangeiro. O dólar subiu 0,72%, a R$ 5,17.
O que explica:
Minério de ferro: após forte valorização em janeiro, uma das commodities mais importantes para o país tem recuado em fevereiro. As autoridades chinesas pressionam os negociadores locais para que eles liberem parte de seus estoques e evitem a "especulação".
- Maior mineradora brasileira e segunda empresa mais valiosa da Bolsa, a Vale viu suas ações recuarem 4% nesta quinta.
Crise na Ucrânia: as tensões voltaram a se agravar no Leste Europeu. Chamou a atenção do mercado a expulsão por parte da Rússia do número 2 da embaixada dos EUA em Moscou.
- O aumento da instabilidade gerou perdas nas Bolsas mundo afora. Em Wall Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram 1,78%, 2,12% e 2,88%, respectivamente.
E o petróleo? Pela alta capacidade de produção russa, os preços da commodity costumam subir quando as tensões se elevam no Leste Europeu.
Nesta quinta, porém, as cotações caíram com o avanço das negociações sobre o programa nuclear iraniano, o que pode colocar o país novamente como um fornecedor global de petróleo.
Mais sobre a Bolsa:
- Donos do dinheiro se preparam para a guerra da Ucrânia, escreve Vinicius Torres Freire.
- Viver de renda com fundos imobiliários de papel é melhor que com os de tijolo? Veja a opinião de Michael Viriato no blog De Grão em Grão.
- Com lucro recorde, bancos dão migalhas para investidores e demissões para funcionários, afirma Marcos de Vasconcellos.
Dê uma pausa
O casal preso na semana passada acusado de tentar lavar mais de US$ 3,6 bilhões (R$ 19 bilhões) em bitcoins roubados foi o protagonista da maior apreensão financeira da história americana. História de cinema? A Netflix acredita que sim.
Entenda o caso: o que está sendo chamado de "assalto do século" aconteceu em 2016, quando hackers roubaram 120 mil bitcoins da plataforma Bitfinex. As autoridades não disseram se o casal preso estiveram diretamente envolvidos na invasão do sistema.
- Os motivos da prisão de Ilya Lichtenstein, 34, e Heather Morgan, 31 foram o desvio de partes da moeda roubada e a tentativa de escondê-las em uma complexa rede de carteiras digitais.
- Saiba aqui como as autoridades rastrearam as movimentações do casal, que pode pegar até 25 anos de cadeia.
- O advogado dos dois disse em documentos judiciais que acredita que o caso do governo é fraco e se baseia em "saltos conclusivos e sem suporte".
Vai para a Netflix: a magnitude e a complexidade do caso chamaram a atenção da gigante do streaming, que anunciou que vai investir em uma produção de uma série sobre a dupla.
Enquanto ela não chega às telas, separamos outras casos de crimes financeiros que abalaram o mercado e que estão disponíveis nos catálogos dos streamings:
- "O Mago das Mentiras": Robert de Niro interpreta Bernie Madoff, criador da maior pirâmide financeira da história - o Esquema Ponzi. O ex-magnata morreu em 2021, aos 82 anos, em uma prisão federal americana, onde cumpria uma pena de 150 anos. Na HBO Max.
- "Na Rota do Dinheiro Sujo": série documental da Netflix aborda em duas temporadas diversos escândalos financeiros.
Além da economia:
- Minha Vaga, Minhas Regras: como vai ser o trabalho pós-pandemia e quais são os empregos do futuro? Ouça podcast.
- TV Folha - "Se Tá Solteira": como o som do FBC estourou e deu um baile no TikTok; veja vídeo.
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