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Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia Rússia

Brasil vai defender na FAO que fertilizantes fiquem fora de sanções contra Rússia

Tereza Cristina, ministra da Agricultura, teve respaldo na América do Sul e levará proposta a diretor-geral

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Roberto Samora
São Paulo | Reuters

A ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina, conseguiu nesta quinta-feira (10) apoio de seus colegas ministros de países da América do Sul para levar à FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) proposta de que fertilizantes fiquem fora das sanções econômicas por guerra e questões geopolíticas.

O principal argumento da ministra, de que fertilizantes, assim como alimentos, não podem ser sofrer sanções, teve respaldo nesta quinta-feira dos ministros do CAS (Conselho Agropecuário do Sul), que reúne Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, disseram assessores de Tereza Cristina à Reuters.

Cristina levará a proposta sul-americana para o diretor-geral da FAO, o chinês Qu Dongyu, em audiência virtual marcada para a próxima quarta-feira.

A ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina, em conferência no Itamaraty, em Brasília - Adriano Machado - 3.jul.2019/Reuters

A ministra havia manifestado sua intenção em entrevista recente, mas a audiência ainda não havia sido marcada, nem mesmo havia o apoio unânime dos países da CAS para a proposta.

A ministra entende que a questão deveria ter uma solução global, considerando que a escassez de fertilizantes pode gerar problemas para a oferta de alimentos e alta de preços, e espera encontrar apoio da FAO para o assunto repercutir junto aos integrantes da ONU.

"A inflação mundial sobre os alimentos é uma coisa que deve preocupar a todos os países no mundo com a economia globalizada...", afirmou Cristina, em entrevista recente.

Antes mesmo da guerra na Ucrânia, a oferta global de fertilizantes, especialmente potássio, já estava ameaçada, uma vez que os Estados Unidos tinham sancionado Belarus, grande produtor dessa matéria-prima.

Agora, a situação se agravou, visto que a Rússia é grande produtora. O Brasil importa cerca de 85% do fertilizante que consome e tem nos russos os principais fornecedores, com mais de 9 milhões de toneladas em 2021, ou 22% do total comprado no exterior pelo país.

Nesta quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que, se o Ocidente criar problemas para a Rússia, haverá inevitáveis consequências negativas para os mercados globais de alimentos.

Putin disse ainda que a Rússia tem acordos sobre fertilizantes com países amigos, mas não detalhou.

O presidente Jair Bolsonaro esteve na Rússia antes da guerra, em reunião com Putin, para tratar de fertilizantes, entre outros temas.

O brasileiro depois defendeu uma posição de neutralidade em relação ao conflito, embora o Brasil tenha votado pela condenação da invasão da Ucrânia em assembleia da ONU.

VIAGEM AO CANADÁ

A conversa na FAO é mais uma iniciativa internacional da ministra brasileira para tentar garantir a oferta de fertilizantes.

No início da próxima semana ela estará no Canadá, lar da maior produtora global de potássio, a Nutrien, juntamente com o setor privado visando facilitar negócios do produto com o Brasil.

Antes da guerra, a ministra esteve na Rússia em uma viagem semelhante.

Paralelamente, o governo brasileiro deve anunciar na sexta-feira um Plano Nacional de Fertilizantes, visando estimular a produção local e reduzir a dependência do produto importado.

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