IPO da Porsche, Apple desiste de aumentar produção do iPhone e o que importa no mercado
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Porsche levanta R$ 48,75 bi em IPO
O preço por ação da Porsche em seu IPO foi fixado em 82,50 euros (R$ 427,86), no topo da faixa estimada, segundo comunicado da Volkswagen desta quarta.
A oferta avalia a fabricante de carros esportivos em 75 bilhões de euros (R$ 390 bilhões), deixando-a atrás apenas da própria Volkswagen, da Toyota e da Tesla, a montadora mais valiosa do mundo, segundo o Wall Street Journal.
As ações devem começar a ser negociadas a partir de quinta na Bolsa de Frankfurt.
Mais números: a operação irá levantar 9,4 bilhões de euros (R$ 48,75 bilhões), na maior oferta das Bolsas europeias desde a da Glencore, em 2011, e o terceiro maior IPO da história do continente.
A oferta surpreende não só pelo alto valor, mas por acontecer em um período azedo para o mercado acionário global. O aperto monetário nos EUA e em outras grandes economias diminuiu o apetite dos investidores para ações e serve como um desincentivo para IPOs.
- A demanda aquecida pelos papéis da montadora nesse cenário foi interpretada pelos analistas como uma prova de que os negócios da Porsche devem ficar blindados de uma provável recessão.
- A explicação para isso seria o perfil dos clientes da montadora, ricos o suficiente para sua decisão de compra não ser afetada pelas altas de taxas de juros e de inflação.
Em família: a listagem será apenas de ações preferenciais (sem direito a voto). O controle da Porsche permanecerá nas mãos da Porsche Automobil Holding, um fundo da família do fundador da marca que também é o maior acionista da Volkswagen.
- As duas empresas também compartilham o CEO. Oliver Blume é presidente da Porsche desde 2015 e foi anunciado em julho para ocupar o mesmo cargo na Volkswagen.
É hora de comprar libra?
Depois de a libra esterlina ter despencado 20% em relação ao dólar neste ano –e um quarto disso na última semana–, será que chegou o momento de quem tem uma viagem marcada para o Reino Unido comprar a moeda britânica?
Sim, mas não tudo de uma vez. Para quem planeja uma ida para a terra do rei Charles 3º, a melhor estratégia continua sendo a do preço-médio, dizem os especialistas.
Entenda: a tática é fazer compras periódicas até a data da viagem. Desta forma, o turista não corre o risco de perder a oportunidade de adquirir a moeda por um valor menor mais à frente.
- Em momentos de queda elevada, como o atual, pode até fazer sentido elevar o volume de compra mensal, mas é importante reservar um pouco para seguir na estratégia do câmbio médio.
O que explica a queda da libra: o forte recuo no começo da semana veio depois de um pacotão do novo governo britânico para o corte de impostos no país.
- Ele assusta os especialistas por incentivar a demanda de consumo em um momento que o BC da Inglaterra tenta reduzi-la com altas de juros.
Nesta quarta, o Banco da Inglaterra anunciou que vai comprar toda a quantidade de dívida governamental que for necessária para retomar a estabilidade dos títulos públicos e da moeda.
- O comunicado tirou parte da pressão sobre a libra, que fechou em alta de 1,73%, a US$ 1,086. O dólar caiu em relação às principais moedas globais.
Demanda fraca: apesar da queda recente, a procura pela divisa britânica não aumentou nas casas de câmbio no Brasil, segundo sondagem da Abracam (Associação Brasileira de Câmbio).
- Em algumas delas, há uma corrida de brasileiros para vender as notas antigas de 20 e de 50 libras em papel.
- A partir da próxima sexta (30), elas não serão mais aceitas em lojas e empresas inglesas, que passarão a adotar apenas as cédulas de polímero, mais resistentes e difíceis de serem falsificadas.
- As casas de câmbio ainda não sabem se vão continuar aceitando notas de libra em papel após o término do prazo.
Apple diminui expectativa sobre iPhone
As ações da Apple recuaram nesta quarta, na contramão do mercado, após a agência Bloomberg ter noticiado que a companhia voltou atrás no plano de ampliar a produção do Iphone neste ano.
Os papéis da gigante americana chegaram a cair mais de 3% no pregão e fecharam em baixa de 1,27%, em um dia que os principais índices dos EUA subiram por volta de 2%.
O que explica: a decisão da Apple de conter suas estimativas acontece em meio a um cenário de doses cavalares de juros nas principais economias para tentar baixar a inflação.
- Com o custo de crédito mais alto e o poder de compra reduzido, os analistas avaliam que o consumidor deve rever seu orçamento e priorizar gastos.
Em números: se antes planejava aumentar a produção do iPhone em 6 milhões no segundo semestre deste ano, agora a Apple deverá fabricar no período algo próximo aos 90 milhões de aparelhos que entregou no ano passado, segundo a Bloomberg.
- Os fabricantes da companhia, que se preparavam para um aumento de 7% nas encomendas após uma previsão da própria Apple, foram avisados para diminuir o ritmo.
Casa nova: A companhia da maçã disse nesta semana que começaria a deslocar parte da produção do iPhone 14 da China para a Índia.
- A decisão vem após as medidas anti Covid tomadas pelo gigante asiático no começo do ano terem interrompido a produção no país.
- A Apple também tenta reduzir a influência chinesa sobre seus iPhones. O carro-chefe da big tech americana lançado neste ano teve a maior contribuição de engenheiros chineses em seu design e fabricação até hoje.
Uso do cheque especial bate recorde
O uso do cheque especial pelos brasileiros bateu recorde em agosto. Foram concedidos R$ 38,5 bilhões nessa modalidade de crédito, que funciona como um "empréstimo automático" quando o saldo da conta corrente fica no vermelho.
A quantia representa o maior valor já registrado na série histórica do BC, com dados desde março de 2011.
Em números: em relação a julho, o aumento foi de 9,9%, enquanto em 12 meses a alta é de 27,3%.
- A taxa de juros cobrada na modalidade também subiu, de 127,4% ao ano em julho para 128,6% em agosto.
- Desde o início de 2020, os juros cobrados no cheque especial não podem superar 8% ao mês (151,8% ao ano), conforme norma do BC.
Por que importa: o aumento do uso do cheque especial preocupa porque as taxas da modalidade estão entre as maiores do mercado, perdendo apenas para os juros do cartão de crédito.
- Em agosto, a taxa do rotativo –usado quando o consumidor não paga a fatura integral do cartão até o vencimento– chegou a 398,4% ao ano, e a do parcelado, a 185,9% ao ano.
- No primeiro semestre deste ano, as dívidas do rotativo atingiram o maior patamar desde 2014.
Inadimplência aumenta: não só o uso do cheque especial aumentou, assim como o percentual de pessoas que não pagaram esse empréstimo no vencimento também cresceu.
- A taxa subiu 0,8 ponto percentual entre julho e agosto, para 12,4%. Foi o maior índice registrado desde dezembro de 2020.
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