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O estudo do LinkedIn
O LinkedIn fez experimentos com mais de 20 milhões de usuários ao longo de cinco anos com o objetivo de melhorar as sugestões do algoritmo da plataforma para os membros.
Um novo estudo, porém, questiona se o levantamento pode ter afetado as oportunidades de trabalho disponíveis para alguns usuários.
Entenda: o experimento do LinkedIn feito de 2015 a 2019 variou aleatoriamente a proporção de contatos fracos e fortes sugeridos pelo algoritmo que recomenda novas conexões aos usuários (função "pessoas que você talvez conheça").
- Especialistas que analisam os efeitos sociais da computação disseram que estudos em larga escala como esse geram questões sobre a transparência do setor e a supervisão de pesquisas.
- "As descobertas sugerem que alguns usuários tiveram melhor acesso a oportunidades de trabalho ou uma diferença significativa no acesso a elas", disse um professor da Universidade Marquette, em Wisconsin.
A teoria que o levantamento do LinkedIn queria comprovar é a da "força dos laços fracos". Segundo ela, as pessoas têm mais sucesso para conseguir empregos por indicações de contatos próximos do que por meio de amigos íntimos.
- Os pesquisadores analisaram como as mudanças algorítmicas afetaram a mobilidade profissional dos usuários.
- Eles descobriram que os contatos relativamente fracos foram duas vezes mais eficazes para conseguir empregos do que os laços sociais mais fortes.
- A pesquisa foi feita em parceria com pesquisadores de universidades americanas.
Em um comunicado, o LinkedIn disse que, durante o estudo, "agiu de forma consistente" com o contrato de utilização, a política de privacidade da empresa e as configurações dos membros. Também afirmou que a pesquisa não beneficiou desproporcionalmente usuários.
- A rede da Microsoft anunciou ainda que aplicou as descobertas sobre laços fracos a vários recursos, incluindo uma nova ferramenta que notifica os membros quando uma conexão de primeiro ou segundo grau está contratando.
Prenda-me se for capaz
O sul-coreano Do Kwon, fundador da falida Terraform Labs, da criptomoeda Luna, segue desaparecido e procurado pela Interpol em alerta vermelho.
Ele, porém, disse no Twitter nesta terça (27) que está em Singapura e faz passeios e compras, sem "nenhum esforço para se esconder".
Entenda: Do Kwon é o criador da blockchain Terra, base das criptos Luna e TerraUSD. A primeira viu seu valor disparar de US$ 5 em dezembro de 2021 para US$ 116 em abril de 2022.
- Muito do potencial dela estava ligada à TerraUSD, que era uma das maiores stablecoins. No mundo cripto, esses tokens são considerados um porto-seguro, por estarem ancorados em um ativo fora desse universo –no caso da TerraUSD, o dólar.
- Tudo começou a desabar com a sangria nas criptomoedas causada pelo aumento de juros nos EUA. Na época, o valor de 1 TerraUSD caiu para baixo de US$ 1, o que fez a plataforma perder credibilidade e tirou 94% do valor da Luna em apenas um dia.
A polícia sul-coreana emitiu um mandado de prisão para Do Kwon por fraude financeira e violação das leis do mercado de capitais do país. As autoridades dizem que ele enganou investidores ao rotular a TerraUSD como uma stablecoin.
- A administração da Terraform negou qualquer fraude ou violação dos regulamentos financeiros.
Ele se mudou para Singapura no final de abril, pouco antes da implosão da blockchain Terra. Neste mês, a polícia local disse que ele não estava mais na cidade-Estado.
Somando a sangria nos dois ativos (Luna e Terra), a perda de valor de mercado gira em torno de US$ 60 bilhões (R$ 321 bilhões).
Conversas no WhatsApp geram multas de US$ 1,1 bi
Dezesseis grandes empresas de Wall Street, entre elas vários bancos, terão que pagar um total de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,9 bilhões) em multas por não terem guardado registros de comunicação de seus funcionários com clientes, informou a SEC (CVM americana) nesta terça.
Entenda: o órgão que funciona como um xerife do mercado americano obriga as instituições a manterem registros das trocas de mensagens de seus funcionários, caso haja a necessidade de investigações das conversas.
- Aplicativos pessoais como o WhatsApp e alguns provedores de email, por serem criptografados, inviabilizam o acesso da SEC às conversas, e portanto são proibidos.
Em números: Barclays, Bank of America, Deutsche Bank e Goldman Sachs estão entre os gigantes que concordaram em pagar US$ 125 milhões (R$ 672 milhões) cada um para solucionar o caso.
- Estas empresas "não mantiveram ou preservaram a grande maioria destas comunicações, efetuadas fora dos canais oficiais, infringindo as leis do mercado", explicou a SEC em nota.
IPCA-15 tem nova deflação; comida recua
O IPCA-15 (prévia da inflação) teve nova deflação em setembro, com queda de 0,37% no mês, informou o IBGE nesta terça.
Em números: a deflação foi mais forte que a esperada por analistas, que projetavam recuo de 0,20%. Esta foi a segunda baixa consecutiva do IPCA-15 e a queda mais intensa para setembro desde 1998.
- No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 7,96%.
O que explica: mais uma vez, os combustíveis puxaram a queda dos preços, com o grupo de transportes recuando 2,35% no mês e gerando impacto negativo de 0,49 ponto no índice.
- Outros dois grupos caíram no mês: comunicação (-2,74%) e alimentação e bebidas (-0,47%).
Alívio na comida: a primeira baixa do grupo alimentação e bebidas desde julho de 2020 veio graças ao recuo na alimentação no domicílio (-0,86%).
- Contribuíram para isso o óleo de soja (-6,50%), o tomate (-8,04%) e, principalmente, o leite longa vida (-12,01%), que havia disparado no país.
- Na outra ponta, cebola (11,39%), frango em pedaços (1,64%) e frutas (1,33%) pressionaram o IPCA-15 de setembro para cima.
- Em 12 meses, a cebola sobe até 150% nas capitais, veja a lista aqui.
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