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Direção nacional do PT quer que Campos Neto se explique na Câmara

Diretório da sigla aprovou orientação para que bancada articule ida do presidente do BC ao Congresso

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Brasília

O diretório nacional do PT aprovou uma orientação para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seja chamado pelas bancadas da legenda para explicar, no Congresso Nacional, a política monetária do BC.

O tema foi debatido na reunião do diretório nacional do partido, que aconteceu nesta segunda-feira (13) em Brasília.

"Tiramos a posição do PT para convocar o presidente do BC para fazer explicação ao Congresso Nacional. Afinal, ele está indo ao Roda Viva e outras TVs, é importante que ele vá também ao Congresso Nacional", disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, após o encontro.

O ministro da Fazenda , Fernando Haddad, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante encontro com deputados federais, no Ministério da Fazenda em 8 de fevereiro - EDU ANDRADE/Ascom/MF

Apesar da recomendação formal do diretório nacional da legenda, o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, afirmou que a bancada não tem poder de convocação —e que seria feito um convite a Campos Neto.

No primeiro caso, a autoridade é obrigada a ir, o que não acontece no segundo caso. "Pode ter acordo na casa para convite, desde que [Campos Neto] aceite o convite", avaliou Gleisi.

"É razoável que seja convite. Não vale a pena polemizar", disse Zeca Dirceu.

Ele lembrou que quando estava na oposição, o PT costumava propor convites às autoridades e afirmou que o importante é que Campos Neto fale com os deputados.

A presidente do PT também falou sobre a possibilidade de o partido tentar articular a saída de Campos Neto antes do fim do seu mandato. De acordo com Hoffmann "mesmo tendo um mandato, ninguém é imexível".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT estão em conflito aberto com a autoridade monetária desde que o BC decidiu manter os juros em 13,75% ao ano na última reunião do Copom realizada no início do mês.

"A maioria dos países tem inflação maior que a brasileira e juros negativos. Por que o Brasil está na contramão?", questionou Hoffmann.

Lula fez avaliação semelhante ao empossar Aloizio Mercadante na presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em 5 de fevereiro.

"Não existe justificativa nenhuma para que a taxa de juros esteja em 13,5% [a Selic está em 13,75% ao ano]. É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juro", disse ele na ocasião.

Para Gleisi, o que acontece "muitas vezes é que há especulação sobre os juros futuros para valorizar os títulos da dívida e ganharem no mercado financeiro".

Além da questão dos juros e da inflação, o PT também ressaltou na reunião a importância de aumentar o salário mínimo, reajustar a tabela do Imposto de Renda e lançar um programa para renegociar dívidas. Os três últimos tópicos já estão em análise pelo Palácio do Planalto.

O PT também quer "discutir temas que são importantes para nós como, por exemplo, a retomada da Eletrobras ao comando do Estado brasileiro porque ela é um instrumento de desenvolvimento", disse Gleisi.

Outro tópico destacado por ela foi "a revisão da política de paridade de preço internacional da Petrobras".

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