Siga a folha

Rio quer pedir na Justiça fim da cobrança de juros de dívida pela União

Cláudio Castro defende que governo federal não pode cobrar juros por não ser instituição financeira

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta segunda-feira (11) que pretende iniciar um disputa judicial para impedir a União de cobrar juros sobre a dívida do Estado.

Ele afirma ter elaborado a tese de que, por não ser uma instituição financeira, o governo federal não poderia cobrar juros, mas apenas a atualização financeira do passivo até o limite da inflação.

O governador declarou ter recebido o aval de cinco ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o entendimento.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), durante entrevista para a Folha, no Palácio Guanabara, na zona sul do Rio de Janeiro. - Eduardo Anizelli - 6.abr.2023/Folhapress

"A União não tem capacidade jurídica para cobrar juros. A União não é uma instituição financeira. Por isso ela tem bancos públicos. Se ela fosse instituição financeira, ela não precisaria ter o BNDES, a Caixa Econômica, o Banco do Nordeste", disse ele, durante almoço de fim de ano com jornalistas.

"Quem não é instituição financeira só poderia cobrar mora, que é a atualização financeira no limite da inflação. Isso praticamente zeraria nossa dívida, já que ela é basicamente juros. É um debate que o Rio de Janeiro tem levantado. Já conversei com cinco ministros do Supremo e todos concordaram. Será o debate que o Rio de Janeiro tem que trabalhar duramente neste ano."

O estado foi o primeiro a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, em 2017, tendo renovado suas bases em 2021.

Atualmente, Castro e governadores dos demais estados que aderiram ao plano —Goiás e Rio Grande do Sul— defendem uma alteração das regras do plano.

Eles alegam que algumas medidas adotadas pela União inviabilizaram o cumprimento de seus planos —entre elas, o corte forçado nas alíquotas de ICMS sobre combustíveis e energia elétrica no governo Jair Bolsonaro (PL), que gerou um desfalque bilionário.

Uma das mudanças centrais é a ampliação da duração do regime de 9 para 12 anos. Assim, a retomada dos pagamentos da dívida com a União será feita de forma ainda mais gradual.

Castro afirmou ter recebido do ministro Fernando Haddad o compromisso de solução sobre o impasse no primeiro trimestre. Ainda assim, afirmou não abrir mão da discussão sobre a legalidade dos juros cobrados pela União.

"A discussão do regime passa pela discussão da dívida. Eu não vou cometer o erro de discutir separado. Eu só tenho o regime graças à dívida, então o pessoal vai discutir no regime sem discutir a dívida?", disse ele.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas