Haddad recebe apoio para corte de gastos, Milei aprova leis no Congresso e o que importa no mercado
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Sexta-feira de alívio?
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganhou elogios do presidente Lula nesta quinta-feira (13) e apoios da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do vice-presidente Geraldo Alckmin na sua agenda pela revisão de gastos.
A semana. O aceno do presidente, que chamou o ministro de "extraordinário", e o apoio dos aliados Tebet e Alckmin vieram depois que Haddad teve uma semana difícil.
↳ A medida provisória que ampliaria a receita do governo a partir de restrições aos créditos tributários obtidos por empresas com o pagamento do imposto PIS/Cofins foi devolvida pelo Congresso.
↳ Com ela, o governo pretendia ampliar arrecadação em ao menos R$ 26 bilhões, para compensar as perdas com a desoneração da folha de pagamento.
Os efeitos. Com perspectivas negativas para as contas, o dólar disparou, e a Bolsa caiu na quarta-feira (12). Analistas estimaram até uma manutenção dos juros na próxima decisão do Banco Central.
↳ A interpretação foi de que tanto o Congresso quanto o empresariado estão sem disposição para bancar a estratégia de ajuste pelo lado da arrecadação.
Nesta quinta, o dólar recuou e fechou a R$ 5,36. A Bolsa teve nova queda.
Vale lembrar: o governo precisa fechar as contas no zero a zero em 2024 e 2026.
Apesar dos elogios recebidos de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda não tem o compromisso do chefe para tocar a agenda de corte de gastos.
↳ Esta é a visão de Bruno Boghossian, colunista da Folha baseado em Brasília, que descreve o real tamanho do gesto do presidente da República. Leia aqui a análise.
De onde tirar? Até agora, Haddad conseguiu a aprovação de medidas que elevam a arrecadação, mas encontra barreiras no Planalto para ajustar os gastos. Nesta quinta, depois do estresse no mercado (e em Brasília), ele foi a público dizer que a Fazenda prepara um cardápio para a revisão dos gastos do governo.
- Entre as opções está a limitação do crescimento da despesa com saúde e educação a 2,5%, o que é permitido para o crescimento total dos gastos de acordo com o arcabouço fiscal.
- A necessidade de alinhar esse ritmo de alta com o novo arcabouço fiscal foi tratada pela primeira vez em abril de 2023 por Haddad em entrevista à Folha.
- Essa flexibilização poderia liberar até R$ 131 bilhões para outras despesas, que deixariam de ser comprimidas no orçamento.
Tem mais. Outra medida na mesa é mudar a regra de correção para aposentadorias e benefícios, que hoje são ajustados acima da inflação, seguindo o salário mínimo.
↳ Ambas foram defendidas pela ministra Simone Tebet, que reforçou a ideia nesta quinta.
Boas notícias para Milei
O conjunto de leis proposto por Javier Milei para reformar a economia argentina foi aprovado no Senado do país nesta quinta-feira (13). Mesmo enfraquecido, o pacote mantém diversas ideias iniciais do presidente da República para tornar a economia mais liberal.
Por que importa: menos abrangente que o texto aprovado pela Câmara em abril e ainda menor que o texto inicial proposto pelo governo no início do ano, o projeto aprovado representa uma vitória para Milei, que não tem apoio da maioria no Congresso.
O que foi aprovado:
- Ampliação dos poderes do Presidente da República durante um ano. Milei poderá governar por decreto em áreas como energia;
- Privatização de companhias. As maiores, no entanto, como a aérea Aerolíneas Argentinas, ficaram de fora;
- Mudanças nas leis trabalhistas, com mais flexibilização na contratação de funcionários;
- Incentivo à repatriação de dólares e incentivo a grandes investimentos de empresas.
E agora? A Câmara precisa dar aval às mudanças feitas no texto, batizado de "Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos".
Barulho. Enquanto a votação se desenrolava, milhares de pessoas protestavam fora do Congresso argentino (veja imagens aqui). Houve confrontos, e membros do governo como a secretária Patrícia Bullrich chamaram os movimentos de "tentativa de golpe" e "antidemocráticos".
A outra boa nova para Milei. A inflação em maio teve queda pelo quinto mês seguido, com alta de 4,2%, recuando do pico mensal de 25% em dezembro. Em abril, ela havia sido de 8,8%. Em 12 meses, desacelerou de 289% para 276%.
Javier Milei, que está na Europa como convidado para a cúpula do G7, celebrou. "Indiscutivelmente, nosso programa de estabilização está demonstrando sua efetividade."
Sim, mas… A queda na inflação é apontada como resultado de forte corte de gastos que o presidente aplicou no país. Milei assumiu, inclusive, o símbolo da motoserra que lhe foi dado. Com os congelamentos no orçamento, entidades como a Igreja Católica afirmam que a pobreza disparou no país.
↳ O Banco Mundial agravou as previsões para a economia argentina com uma projeção de queda do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 3,5% neste.
↳ Em abril, o organismo financeiro havia projetado queda de 2,3%. A queda é minimizada pelo governo, que afirma que o ano de 2025 será de forte recuperação.
↳ Pesquisa com eleitores moderados do presidente mostra que muitos ainda se dizem esperançosos, o que explicaria a tolerância da população com o aperto nas contas, que congelou salários, programas sociais e suspendeu investimentos.
Para aprofundar:
Afinal, o plano de Milei está está funcionando? Veja aqui.
E a correspondente da Folha em Buenos Aires, Mayara Paixão, mostra aqui como foi a aposta do argentino na atuação internacional nos primeiros seis meses de seu governo.
Elon Musk e a Idade Média
Ex-funcionários da empresa de exploração espacial SpaceX acusam Elon Musk de promover uma cultura sexista dentro da empresa.
Entenda: o grupo de oito engenheiros e engenheiras apresentou uma ação judicial em um tribunal de Los Angeles em que afirmam que o bilionário e a empresa cometeram assédio sexual, discriminação, represálias e demissão injustificada.
↳ Eles foram demitidos em 2022 após circularem uma carta em que apontavam preocupações com a cultura da SpaceX, pedindo intervenção do Conselho de Administração.
A carta. Em um trecho, os engenheiros criticam Musk por proclamar que a SpaceX é "líder de um novo mundo de viagens espaciais", mas dirigir a empresa como se fosse na "Idade Média".
↳ Os advogados do grupo afirmam que o ambiente de trabalho tinha fotografias sexuais "desprezíveis", piadas obscenas, memes e comentários sobre mulheres e a comunidade LGBTQ+, muitos deles feitos por Musk.
Também na Tesla. Acusações de assédio já foram apontadas na montadora Tesla. Um dos casos mais conhecidos é o de Cristina Balan, engenheira com alta posição na empresa que passou a ser "persona non grata" após demonstrar preocupações com a segurança de um modelo.
↳ Ela foi demitida com justa causa, sendo acusada de usar os recursos da empresa em um "projeto secreto" próprio. O conflito segue na justiça.
A SpaceX. Com a Nasa focada em reduzir os custos, a SpaceX ganhou força nos últimos anos como uma desenvolvedora terceirizada de tecnologia espacial. Ela foi fundada por Elon Musk em 2002 e tem como principais frentes a construção de foguetes que podem ser reutilizados para baratear viagens. Uma das grandes inovações é o pouso vertical feito pelo módulo de propulsão para ser reaproveitado.
↳ Veja o último lançamento do Starship, o maior foguete do mundo.
Para assistir
- Explicando… Dinheiro (Netflix)
A série Explicando, produzida pela Netflix em parceria com o site Vox, tem uma temporada que conta as histórias por trás do uso do dinheiro na sociedade. Os cinco episódios mostram a criação das primeiras moedas, a dinâmica das apostas e dos golpes financeiros mais famosos.
No que explora a história do cartão de crédito, por exemplo, é mostrado como a praticidade dele tem um preço, que nem sempre aparece para o consumidor.
↳ A temporada de finanças é curta. Cada episódio dura, em média, 23 minutos.
↳ A Folha tem diversos conteúdos nesse estilo explicativo. Veja aqui as reportagens da série Folha Explica.
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