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Apagão no AC e RO pode ter sido causado por queimadas, segundo ministro

Incidente teve início em subestação em Porto Velho e desligou hidrelétricas do rio Madeira

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Rio de Janeiro

O apagão que atingiu moradores do Acre e de Rondônia nesta quinta-feira (23) começou em uma subestação da empresa responsável pela transmissão de energia da região ao Sudeste. Após a queda, as duas usinas hidrelétricas do rio Madeira foram desligadas.

As causas do incidente ainda estão sendo investigadas. O governo trabalha com a possibilidade de as instalações de transmissão terem sido afetadas pelas fortes queimadas na região Norte, segundo disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na noite de quinta (22).

Torre de transmissão de energia em Rondônia - Eletronorte / Reprodução

"Há a princípio uma informação, ainda não oficial, mas uma informação do próprio ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico], que um dos operadores da transmissão disse que tinha uma queimada muito forte", afirmou, em entrevista após evento do setor.

Divulgado nesta sexta (23), o boletim diário de operação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrica) diz que o apagão começou às 16h47, com o bloqueio automático de equipamentos do sistema de transmissão, que levou ao desligamento automático das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio.

O problema levou ainda ao desligamento da linha que liga Rondônia ao Acre. Ao todo, cerca de 800 mil clientes da distribuidora Energisa, que atua nos dois estados, foram afetados. A retomada do fornecimento foi concluída às 20h40, segundo o ONS.

Afetadas pela severa estiagem na Amazônia, as duas hidrelétricas do Rio Madeira vêm gerando abaixo dos volumes normais. Jirau, por exemplo, injetou no sistema nesta quarta (21) 393 MW (megawatts) médios, volume próximo ao patamar da seca de 2021.

Não há evidências, porém, de que a estiagem tenha provocado o apagão. A região Norte tem batido sucessivos recordes de consumo nos últimos dias, mas Rondônia e Acre estão interligados ao subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

O sistema de transmissão que faz essa ligação conta com quatro linhas de 2.385 quilômetros de extensão, que ligam Porto Velho a Araraquara (SP). Nas duas pontas, há estações de conversão de voltagem da energia.

O problema ocorreu na estação de Porto Velho, segundo a IE Madeira, empresa concessionária desse sistema, que é controlada pela ISA Cteep, com participações minoritárias de subsidiárias da Eletrobras. Já na noite de quinta, a empresa confirmava o bloqueio automático da estação por "controle externo".

A IE Madeira disse ainda que não há indicação de defeito nos equipamentos e que as causas do bloqueio serão investigadas, em um trabalho sob coordenação do ONS.

A seca no Norte do país vem reduzindo a capacidade de geração das hidrelétricas locais e é motivo de preocupação entre autoridades do setor elétrico brasileiro, que já propõem o uso de mais térmicas para poupar água nos reservatórios da região.

Após dois recordes diários de consumo de energia na terça e na quarta, nesta quinta a região registrou recorde de demanda instantânea de energia, às 14h17. Segundo o ONS, o consumo bateu 9.158 MW naquele momento. O recorde anterior era de 9.090 MW, em 26 de setembro de 2023.

Para o setor elétrico, o subsistema Norte compreende Tocantins, Maranhão, Pará, Amazonas e Roraima, este último ainda um sistema isolado, enquanto a linha de transmissão que o liga ao resto do país está em obras.

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