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Quem são e o que querem os 'startupeiros' do Brasil

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Victor Sena
São Paulo

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Quem são e o que querem...

Fundadores de startups costumam ser jovens, recém-formados ou desistentes da faculdade, e com pouca experiência em negócios, certo? Na verdade, não é bem assim.

O estereótipo desses empreendedores diverge bastante do perfil revelado pela pesquisa Founders Overview 2024 no Brasil. O levantamento entrevistou 900 startups.

  • 60% dos fundadores têm entre 35 e 54 anos, enquanto apenas 4% estão na faixa de 18 a 24 anos.
  • 28% são mulheres, uma evolução em relação aos 24% de 2023.

De onde vieram. As startups brasileiras tendem a ser compostas por pessoas mais qualificadas e experientes do que as do mercado americano.

A maioria dos fundadores (44,5%) veio do segmento corporativo. Muitos são empreendedores "de segunda viagem" (17,5%), e outros foram autônomos (12,3%).

↳ O percentual de ex-funcionários públicos chama a atenção: 6,5%.

As 'skills'. Duas habilidades aparecem bastante na maioria dos empreendedores no Brasil, de acordo com Pedro Carneiro, diretor da investidora ACE Ventures: resiliência e flexibilidade.

  • "Vemos a flexibilidade, por exemplo, ao observar a diversidade de setores. Tem muito empreendedor que não empreende no setor de origem. E também no uso de novas tecnologias. A gente tem uma taxa de adoção grande de inteligência artificial, com empreendedores sendo mais flexíveis. No perfil de liderança, a flexibilidade aparece porque eles tendem a assumir diversos papéis e liderar várias especialidades. Quanto à resiliência, precisam desenvolver para levar a empresa para além da média de cinco anos", explica.

Made in Brazil. O Sebrae estima que existem 13.906 startups no país, com média de 2,4 sócios por empresa, atuando em 401 segmentos diferentes. Os três principais são: tecnologia da informação, educação e saúde.

O Sudeste segue como a principal região de startups, com 55% das empresas. O percentual, porém, caiu em relação aos 66,7% de 2023.


... os 'startupeiros' do Brasil

O que move os 'startupeiros'. Apesar da experiência, os empreendedores brasileiros compartilham uma característica com jovens idealistas: 77,6% acreditam que suas ideias podem mudar o mundo.

Outros fatores importantes para eles são a oportunidade de aumentar os ganhos financeiros (35%), liderar (18%) e alcançar mais flexibilidade no trabalho (15,7%).

Tendências. A pesquisa Founders Overview destaca algumas características do cenário atual no Brasil. As startups focadas em educação crescem fortemente, o que só tende a aumentar com a demanda de profissionais por novas habilidades.

↳ FinTechs, RetailTechs e ConstruTechs se mantêm fortes, refletindo a cristalização de demandas do cotidiano como a vida financeira, consumo e moradia.

↳ Empresas focadas em tecnologias e soluções verdes começam a se multiplicar.

Conheça. Um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios escalável, trabalhando em condições de incerteza. Essa é uma das definições mais aceitas sobre o que é uma startup. Em inglês, o termo pode ser traduzido ao pé da letra como "empresa emergente".

A escalabilidade é essencial para ampliar clientes e faturamento nesse mercado, sem aumento de custos. Por isso as empresas tendem a ser digitais, embora isso não seja uma regra.

↳ O modelo de negócio mais popular, a propósito, é o de assinatura de serviços digitais (SaaS). Em seguida vêm as vendas diretas e em marketplaces.

↳ Mais de 54% das empresas vendem serviços e produtos para outras empresas. Apenas 19% são direcionadas ao consumidor final.

Tirando do papel. Devido à incerteza inicial, os primeiros investidores são conhecidos por tolerarem grandes riscos, sendo chamados de "anjos". Depois, costuma entrar em cena o capital de risco, para auxiliar na expansão. Ele é mais conhecido pelo termo em inglês "venture capital".

  • O segmento movimentou R$ 7,4 bilhões em 2023, segundo a associação do setor Abvcap.

Uma dica. Às quintas-feiras destaco alguma startup em alta, geralmente com uma captação recente e proposta inovadora. Veja a última edição aqui.

↳ A Recicli, destaque na semana passada, promete recuperar metais preciosos de aparelhos eletrônicos que seriam descartados.


Dinheiro mais fácil

Os bancos brasileiros estão oferecendo mais crédito aos consumidores. No último trimestre, Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander decidiram ampliar os riscos, pois os sinais são positivos. Bom para o consumidor. Entre os sinais positivos citados: inadimplência em queda e renda da população em alta.

↳ A maior carteira de crédito, a do Itaú, cresceu 7%, somando R$ 1,3 trilhão.

Entenda: em termos simples, uma carteira de crédito é a soma dos recursos emprestados por um banco. Os formatos podem incluir financiamentos, empréstimos e cartões de crédito.

Essa oferta tende a aumentar em momentos de juros baixos na economia e de pouco risco de inadimplência.

Quem brilhou. Itaú e Banco do Brasil são destaques positivos no setor. O Itaú tem a maior carteira, o melhor rentabilidade e a menor inadimplência.

↳ No terceiro trimestre, o lucro do banco foi de R$ 10 bilhões, alta de 15%.

Logo atrás. O Banco do Brasil segue em segundo lugar, com uma carteira de crédito e rentabilidades também fortes, assim como inadimplência em baixa.

↳ No terceiro trimestre, o lucro foi de R$ 9,5 bilhões, alta de 8%.

Agência do Banco Itaú na Av. Berrini - Divulgação

Em recuperação. Santander e Bradesco foram as instituições que mais sofreram com a alta da inadimplência nos últimos anos. O Bradesco enfrentou problemas de eficiência, mas os números atuais são positivos.

O Santander também melhorou seus indicadores após o impacto bilionário do calote da Americanas em 2023. O banco é um dos principais credores da companhia.

O que vem pela frente. O pior cenário para os bancos seria crescer muito em um ambiente positivo, que depois piora. Essa é a visão de Eduardo Rosman, analista do BTG Pactual.

Um ambiente negativo seria um com novas altas do dólar e da inflação, que levariam a um aumento dos juros pelo Banco Central. Rosman, no entanto, não vê isso como provável.

Os juros. A queda da taxa básica de juros, a Selic, de 13,75% para 10,50% no último ano, impactou positivamente o custo do crédito para os consumidores.

Cálculos da associação de contabilistas Anefac estimam que os juros do crédito pessoal caíram de 4% para 3,70% ao mês, por exemplo.

↳ Isso fez o custo de um empréstimo de R$ 5.000 cair de R$ 6.393 para R$ 6.282 depois 12 meses.

Financiamento em conta. A taxa para financiar um carro de R$ 50 mil caiu quase 1%, resultando em uma economia de mais de R$ 3.700.

↳ O movimento tem estimulado, inclusive, as vendas de automóveis, como destaquei nesta edição da newsletter.

De olho na Bolsa

Lojas Renner, cujas ações subiram 6,5%

O setor de varejo brasileiro segue na mira dos investidores depois que a Renner divulgou números melhores que o esperado na última semana. As ações subiram 6,5% apenas no pregão de sexta, enquanto a empresa recebia elogios de analistas.

As vendas tiveram leve alta, de 3%, somando R$ 3,079 bilhões. O lucro cresceu 37%, a R$ 315 milhões, acima do estimado.

↳ Os 3% de alta é menor que o ritmo das concorrentes C&A (13%) e Riachuelo (9%), mas acima do desempenho médio estimado para o setor de varejo no trimestre, a ser divulgado pelo IBGE.

↳ A empresa afirma que o resultado é fruto da boa administração de estoques, com prazo médio dos itens guardados em queda, e da redução de custos.

Entenda: as expectativas eram baixas para a companhia gaúcha, dona também da YouCom, Ashua e Camicado.

A Renner chegou a fechar 20 lojas durante as enchentes do Rio Grande do Sul. As temperaturas mais altas no Sudeste e Sul nos últimos meses também jogavam contra porque tendem a desestimular a compra de roupas.

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