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Frequência é melhor que valor: como fazer investimentos para o futuro de filhos e netos

Especialistas recomendam ativos mais conservadores no início, mas com diversificação em seguida

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Matheus Oliveira
São Paulo

A gestora pública Nahra Soares, 42, tem investimentos em renda fixa para o filho Henrique, de 11 anos. Com as aplicações, a mãe espera que o garoto tenha mais possibilidades de escolha e aprenda a lidar com dinheiro. Soares considera o prazo de resgate e o perfil de investidor pontos fundamentais ao aplicar visando o futuro de crianças.

Porém, investir para os pequenos está fora do cotidiano das famílias. Segundo o levantamento publicado pela Serasa no fim do ano passado, 72% dos pais não fazem algum tipo de investimento ou poupança para as crianças.

Yolanda Fordelone é consultora financeira e, desde 2017, investe para os filhos Nicolas, 9, e Yasmin, 2 - Folhapress

Nahra começou os investimentos para Henrique com CDBs (Certificados de Depósito Bancário), espécie de empréstimo ao banco onde o valor é devolvido ao cliente com juros. Em paralelo, a gestora pública tinha ações em nome do garoto, mas ela resolveu vender as aplicações para retomar os investimentos em renda variável em uma conta própria do filho assim que ele completar 12 anos.

"Entro no aplicativo [da corretora] com ele, mostro o que ele tem disponível para saque imediato, quais valores ele só poderá mexer quando chegar o vencimento. Acho um excelente meio de proporcionar o conhecimento que só adquiri bem mais tarde", argumenta.

O garoto já pensa no futuro. "Hoje ele fala em investir no exterior, já que um de seus projetos é morar fora e trabalhar na Nasa", conta a mãe.

Desde 2017, a consultora financeira, Yolanda Fordelone, 37, investe no futuro dos pequenos Nicolas, 9, e Yasmin, 2. Ela recorda que começou a aplicar quando tinha 17 anos e aperfeiçoou sozinha seus conhecimentos, ao ponto de deixar a carreira em comunicação para trabalhar com finanças.

A investidora aconselha pais e avós a para que eles invistam de olho no futuro das crianças.

"Comece com pouco, porque o que faz diferença nesse caso é o tempo. Invisto R$ 300 por mês para a Yasmin, mas vai fazer diferença no futuro. E por último, não existe investimento milagroso, como falam alguns influenciadores. Faça um mix. Comece com renda fixa e aos poucos vá diversificando", aconselha.

A diversificação dos investimentos responde melhor às oscilações do mercado e o passar do tempo, pondera a planejadora financeira do C6 Bank Larissa Farias. A especialista recomenda avaliar indexadores diferentes, analisar as ofertas das corretoras para traçar estratégias e alinhar os produtos ao perfil de investidor, seja conservador, intermediário ou arrojado.

Com o passar dos anos, fazer ajustes finos pode ser necessário pela atividade e a saúde financeira das companhias, de olho em bons dividendos, ou se o governo está com juros elevados e remunera bem os títulos do Tesouro.

Para tornar a aplicação para o futuro das crianças mais prática, o gerente comercial da gestora Porto Asset, Daniel Varajão, recomenda contas abertas em nome das crianças. Ele justifica que transferir as aplicações para o filho ou neto posteriormente pode ser mais trabalhoso e gerar cobrança de impostos. Varajão pontua que algumas instituições permitem a abertura de contas para menores, mas com limitadas opções de investimento.

Para quem começa a investir, ou tem um perfil mais conservador, a poupança e os planos de previdência privada podem se mostrar como boas saídas. A poupança é isenta de imposto de renda e é um produto vinculado à maioria das contas correntes. Enquanto a previdência privada é oferecida em planos de pagamentos mensais e premiação à criança em prazo estipulado.

Varejão ressalta a baixa rentabilidade da poupança e da previdência privada como pontos de atenção, e no caso da previdência, somam-se situações onde há custos elevados de administração.

A saída para investir com segurança ou começar a planejar o futuro das crianças é o Tesouro Direto. "O Tesouro tem baixíssimo risco de crédito, alta liquidez, praticidade e custos moderadamente baixos, desde que seja cobrado apenas a taxa de custódia. Porém, essa aplicação tem cobrança de Imposto de Renda e não oferece estratégias de maior potencial de ganho, como ações, por exemplo".

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