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Inflação ao consumidor da China desaponta e renova temores com a saúde econômica do país

De acordo com a Bloomberg, este é o pior ciclo deflacionário enfrentado desde 1999; leia newsletter China, terra do meio

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Igor Patrick
Washington

Esta é a edição da newsletter China, terra do meio desta terça-feira (10). Quer recebê-la toda semana no seu email? Inscreva-se abaixo:

A inflação subjacente na China desacelerou para o nível mais baixo em mais de três anos, desapontando especialistas e renovando temores com a saúde econômica do país.

  • O índice de preços ao consumidor, excluindo alimentos e energia, subiu apenas 0,3% em relação a 2023, e o índice geral avançou 0,6%, abaixo das expectativas;

De acordo com a Bloomberg, este é o pior ciclo deflacionário já enfrentado pela economia chinesa desde 1999.

Diante do cenário, o jornal Financial Times pediu que especialistas avaliassem como reverter a tendência. Os economistas estimaram que Pequim vai precisar gastar cerca de ¥10 trilhões (cerca de R$ 7,85 trilhões) ao longo de dois anos para estimular a economia e retomar o ciclo de crescimento sustentável.

O periódico destacou que o montante precisa ser investido principalmente em transferência de renda para famílias ao invés de investimentos e infraestrutura, dois setores aos quais o governo chinês recorreu em momentos desafiadores no passado.

Por que importa: a tendência é negativa, ao contrário do senso comum. Ela indica desaquecimento da economia e pode gerar desemprego e recessão.

Isso porque, entre outros fatores, se os preços não aumentam, a indústria tende a produzir menos (e consequentemente não contratar, o que leva a um efeito dominó). Esse inclusive foi o fenômeno que levou à chamada "década perdida" do Japão nos anos 1990, que nunca conseguiu se recuperar totalmente.

pare para ver

Arte de Zhao Guojing. Natural de Jingxian, província de Hebei, Zhao produz artes em um estilo de pintura chinesa realista chamado gongbi. Suas obras já foram vendidas por milhares de dólares em galerias ao redor do mundo. Saiba mais sobre aqui (em inglês).


o que também importa

★ A China está próxima de concluir a meta de levar sinal de TV digital a 10 mil vilarejos remotos em 23 países africanos, informou a Netshark. Prometido pelo líder chinês Xi Jinping há nove anos, o projeto já alcançou 9.600 localidades. Segundo a empresa StarTime, que implementa a estratégia, a infraestrutura ajudou a ampliar o acesso a notícias e entretenimento, a maioria em línguas locais. Críticos, porém, argumentaram que o principal objetivo é popularizar veículos de propaganda chineses, como o canal de TV CGTN que tem uma filial em Nairóbi focada exclusivamente em conteúdo noticioso sobre a África sob a ótica de Pequim. Ainda não há prazo para a finalização do trabalho.

★ A Câmara dos Deputados dos EUA começa a votar nesta semana várias medidas para conter a crescente influência da China. Apelidada pela imprensa local como "China Week" (ou "semana da China"), o "mutirão" legislativo abordará vários projetos de lei sobre biotecnologia, drones e veículos elétricos. As propostas contam com apoio bipartidário e visam reduzir a dependência dos EUA de empresas chinesas, como a DJI, que domina o mercado global de drones, e biotecnológicas ligadas à saúde. Se aprovados, os projetos ainda precisam passar pelo senado e pela sanção do presidente Joe Biden.

★ A polícia chinesa anunciou a prisão de cinco funcionários e ex-funcionários da Astrazeneca. As autoridades locais não detalham as acusações e a farmacêutica britânica-sueca se limitou a confirmar que alguns de seus colaboradores na China estão sob investigação, sem fornecer mais detalhes. As ações da empresa caíram 2,8% em Londres, uma das maiores quedas do índice FTSE 100. Os detidos, todos cidadãos chineses, trabalhavam na divisão de oncologia da empresa. Segundo fontes ouvidas pela rede americana CNBC, a investigação envolve possíveis violações das leis de privacidade de dados e a importação não aprovada do medicamento Imjudo, usado em protocolos de quimioterapia.


fique de olho

De surpresa, a China resolveu pôr fim ao seu longevo programa de adoções internacionais, e, a partir de agora, recusa-se a fornecer vistos e certificar agências que trabalhavam com o tema.

A notícia foi confirmada pela porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning, na quinta-feira (5). "Expressamos nossa gratidão as famílias e governos estrangeiros que desejam adotar crianças chinesas por suas boas intenções, pelo amor e gentileza que demonstraram", disse durante coletiva de imprensa.

  • Como reportou a Folha, mais de 160 mil crianças foram adotadas por famílias de diversos países do mundo desde 1992 —a maioria, cerca de 82 mil, para os Estados Unidos.

Pequim ainda não se manifestou sobre o que acontecerá com os casais que já tinham o processo de adoção em andamento.

Por que importa: a adoção no país asiático foi muito popular na segunda metade do século passado, quando muitos bebês (sobretudo meninas) eram abandonados pelos pais em virtude da política de filho único. Conforme as condições econômicas da China melhoraram ao longo dos anos 1990 e 2000, a prática foi perdendo força.

Barrar a saída de chineses do território pode ser uma das tentativas do governo de desacelerar a queda populacional, tendência que começou no ano passado e deve se consolidar nas próximas décadas conforme a população envelhece.


para ir a fundo

  • O Instituto CPFL oferece oficinas de corte em papel com a técnica chinesa. A formação, uma parceria com a Unicamp, é gratuita. Interessados podem saber mais aqui. (gratuito, em português)
  • O Instituto Confúcio da UNESP celebra o Dia do Instituto no próximo dia 23 com um concerto de percussão. O evento acontece na Barra Funda, em São Paulo, e os interessados precisam confirmar presença neste formulário. (gratuito, em português)

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