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Em eleição indefinida, Costa Rica vê ascensão de conservadores

Imprevisibilidade e número alto de indecisos marcam votação no país centro-americano

Eleitores fazem fila na sede do Tribunal Supremo Eleitoral, em San José, para receber o título de eleitor na véspera da votação presidencial na Costa Rica - Arnulfo Franco/Associated Press

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Buenos Aires

Dos 13 candidatos da eleição presidencial na Costa Rica, que ocorre neste domingo (4), ao menos cinco têm chances de chegar ao segundo turno, em abril, sendo que nenhum deles supera os 20% das intenções de voto.

As pesquisas mostram as mais diferentes combinações e, junto à oscilação grande das intenções de voto e ao número de indecisos (30%), fazem da eleição um mistério.

"Em ocasiões anteriores, nos concentrávamos em dois candidatos e mandávamos os repórteres cobrirem estes. Nesta eleição não dá, temos que cobrir todos", contou à Folha o chefe de Redação do "La Nación" da Costa Rica, Armando Mayorga, que não arrisca nenhum prognóstico.

O populista de direita Juan Diego Castro, ex-ministro da Justiça, parecia liderar com folga com um discurso linha-dura na segurança. Após uma série de embates com outros candidatos, em que "houve uma grande exposição de 'roupa suja'", segundo Mayorga, sua popularidade caiu —ele está em terceiro lugar.

Entre os cinco favoritos, apenas um, o governista Carlos Alvarado, ex-ministro do Trabalho, se posicionou a favor da união homossexual.

A corrupção é outra preocupação. O partido hoje no poder, Ação Cidadã, despontou nas últimas eleições com a bandeira de combater a corrupção. Porém, logo se viu envolvido em um escândalo de desvio de verbas públicas.

A Costa Rica é uma das democracias mais estáveis das Américas, com bons índices sociais e baixo desemprego. "O problema é que há um cansaço com relação aos partidos tradicionais. É o que explica esse alto índice de indecisos e o surgimento desses candidatos antissistema", diz o escritor e ensaísta Ricardo Soto.

A segurança também é um problema crescente, em uma região conflagrada. "Sempre nos beneficiamos do fato de a Nicarágua ter um bom Exército. Isso vem nos protegendo da guerra entre 'maras'", diz Mayorga, referindo-se às gangues de Guatemala, El Salvador e Honduras.

Ainda assim, os índices de homicídio cresceram —já são 12,1 por 100 mil habitantes, quando antes ficavam abaixo de 10.


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